segunda-feira, 24 de junho de 2019

Cantor sertanejo: profissão perigo?

Fiz uma busca no Google com a expressão "morre cantor sertanejo" e tabelei os resultados para as três primeiras páginas.

idade data causa URL
67
18/01/2019
infarto
85
17/05/2019
?
24
26/06/2019
acidente rodoviário
25
28/12/2018
atropelamento
68
03/03/2015
complicações no coração e rins
61
23/04/2019
-
87
12/08/2015
?
76
01/08/2012
doença de chagas e enfisema pulmonar
88
05/06/2017
-
87
15/02/2015
doença de Chagas
33
15/04/2018
acidente rodoviário
28
27/05/2019
queda de avião
77
05/04/2014
cirrose hepática
23
22/01/2012
acidente rodoviário
35
15/04/2019
acidente rodoviário
34
12/09/1997
acidente rodoviário
26
30/05/2019
acidente rodoviário
29
24/06/2015
acidente rodoviário
35
01/07/2017
acidente rodoviário
20
23/07/2016
acidente rodoviário
63
26/02/2016
parada cardíaca
63
20/09/2012
infarto
70
09/02/2010
infarto
85
04/01/2016
câncer
49
05/02/2007
homicídio
26
29/05/2016
acidente rodoviário

A idade média das mortes desses 26 casos é de apenas 52,5 anos (com desvio padrão de 24,8 anos). Acidente rodoviário corresponde a 38,5% das mortes.

Os valores verdadeiros provavelmente não são esses: o algoritmo do Google dá preferência a páginas mais linkadas em outras páginas e o noticiário deve tender a ignorar a morte serena por causas naturais de artistas mais antigos, já longe dos tempos da fama; mas, de qualquer maneira, o tempo de estrada dos artistas - que precisam pular de cidade em cidade em agenda apertada para juntar dinheiro - parece expor demais os cantores mais jovens (entre os que morreram em acidentes nas rodovias, a idade média foi de apenas 28,5 anos - o mais velho tinha 35 anos e o mais novo, 20 anos).

Por este levantamento não é possível saber, mas pode ser que a taxa de acidentes também seja mais alta entre os sertanejos em comparação com profissionais que passam tempos equivalentes nas estradas. Eles podem, por exemplo, andar a velocidades maiores - ou pela juventude levar a correr mais do que o prudente ou a necessidade de chegar logo para o outro show fazer pisar no acelerador. Se for o caso, uma campanha de alerta especial pode ser necessário para o grupo (não necessariamente uma governamental, mas a própria classe poderia discutir isso).

sexta-feira, 5 de abril de 2019

O peru do Gabeira (Metáfora esportiva, seus degenerados!)

Fernando Gabeira mandou muito mal em sua peça opiniática sobre uso de animais nas religiões afrobrasileiras.

Primeiro, Cecília era uma chimpanzé submetida a maus tratos*. Candomblé, umbanda e quejandos não usam primatas em rituais. Não submetem os bichos a maus tratos.

Então a decisão do STF não tem nada a ver com a decisão do habeas corpus da chimpanzé na ARG. A justiça do BRA tem vários casos decididos de condenação por maus tratos e perda de posse de animais.

Farra do Boi também não é boa analogia. Primeiro que o status de respeito religioso tem um status muito mais alto tanto no ordenamento jurídico brasileiro como no ethos do brasileiro do que o mero entretenimento e mesmo do que alguns aspectos culturais.

Vilipendiar símbolos religiosos é crime, p.e. Se você fizer isso com escudos de times de futebol, é do jogo. Em segundo lugar, a farra do boi tem claros elementos de crueldade com o animal, que fica assustado, que sofre.

"Será que o sacrifício de animais é essencial para sua existência? Assim, como um leigo..." Isso, vc é leigo, não é nem adepto da religião. Pode-se perguntar, pode e deve questionar, mas a sua conclusão não é válida para o ponto de vista da religião.

"Na Baixada Fluminense documentei inúmeros trabalhos religiosos, nem todos usavam animais e, quando usavam, eram apenas uma parte das oferendas." Sim, assim como eleição é apenas uma parte da vida democrática; a maioria dos trabalhos não são por meio de voto vai falar q eleição é um elemento meramente acessório e dispensável à democracia?

E segue: "Mas o peru de Natal é diferente. Ele é comido." Poxa, Gabeira, nem pra estudar o básico pra poder opinar com alguma propriedade? Os animais sacrificados são, sim, comidos depois.

"Mas o fato de comermos peru no Natal e sabermos que milhares morrem diariamente não justifica arrancar o pescoço de uma ave numa celebração mística." Celebração mística como o nascimento do filho de deus entre os cristãos?

Quem aqui come cabeça de peru? Mal vem a cabeça na embalagem, a maioria tem nojo. Então, sim, perus de Natal também são degolados, Gabeira.

Faltou um triz pro Gabeira dizer textualmente que candomblé, umbanda e outros cultos de matriz afro merecem um status menor do que o cristianismo. E que merecem respeito menor do que aspectos econômicos.

Bola fora, pexotada, um frango, um frangaço, um peru.

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Upideite(05.abr.2019): Ao menos era mantida em condições inadequadas.