quinta-feira, 2 de julho de 2009

Manto sagrado

Estadão: Fifa repreende comemoração religiosa da seleção brasileira

Ok, é compreensível o temor de que ao imiscuir misturarem futebol e religiões, aquele vire palco de disputas destas. Mas não dá para impedir que uma pessoa comemore a sua maneira - desde que dentro da lei - uma vitória ou uma conquista.

Se alguém, depois do jogo, resolve vestir uma camisa com dizeres como: "Sou de Jesus" ou "Sou de Satã" ou "Sou de Vila Isabel" - não haveríamos de tolerar como uma manifestação pessoal?

O tema não é novo - aliás, a própria reportagem do Estadão lembra a Copa de 2002. Já lembraram alhures, no entanto, a Copa de 1994, quando uma faixa em homenagem ao recém-morto Ayrton Senna foi estendida pelos jogadores campeões. Senna pode, Jesus não? E o "100% Jardim Irene" do capitão Cafu em 2002?

A alternativa seria proibir qualquer manifestação. Mas aí me parece uma solução ainda pior.

Talvez dar um toque aos jogadores: "Poxa vida, pensem nas pessoas que têm outros credos. Vocês gostariam que uma equipe campeã de jogadores satânicos exultassem a divindade deles?"

Upideite (05/jul/2009): Meu comentário no blogue SemCiência (com correção ortográfica):
"Eu defendo a liberdade do jogador de futebol de expressar sua religiosidade, embora reconheça que se trate de uma questão sensível - eles , por coerência, deveriam tolerar um eventual jogador que mostrasse uma camisa escrita: 'Sou de Satanás'.

O único senão que faria é que gostaria de ver essa atitude também *nas derrotas*. Afinal, deus Javé exorta os humildes. Vangloriar-se que tem deus ao lado é muito fácil quando se é o vitorioso - e uma injúria velada, ao afirmar que o derrotado não tinha deus ao lado."

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