sexta-feira, 18 de junho de 2010

Abusos twittéricos

Pedrinho não é a pessoa mais ligada em novidades tecnológicas. Ainda resiste bravamente ao celular. Mas tem internet e a acha útil.

Por pressão de amigos e da namorada (que talvez estivesse interessada mais pelo que Pedrinho podia fazer por ela do que nele propriamente, mas isso Pedrinho ignorava) criou uma conta no twitter. Não curtiu muito. Já não gostava do MSN pela vacuidade das conversas. Tentava falar de coisas sérias, mas era tido por chato. Deu um bloque em todo mundo. Se perguntavam, ele dizia que não estava acessando - e de fato não estava, não via sentido naquilo. No twitter deu-se a mesma coisa. O que ele queria saber do que os outros achavam do vestido do apresentador? Do que cada um estava comendo naquele instante? Das fofocas de faculdade ou do trabalho? Nada.

Mas até que encontrou uma ou duas pessoas que tuitavam coisas legais: dicas culturais, links para matérias e videos interessantes. Passou a segui-las. No entanto, não lhes interessava em absoluto os tuítes da amiga da namorada - de fato os tuítes da namorada já eram suficientemente superficiais, mas era sua namorada... Resolveu não seguir mais a garota, Ana.

Ana usava um aplicativo twitter que avisa quando alguém deixa de seguir o usuário. Na hora ligou pra namorada do Pedrinho. As duas, enfezadas, acharam aquilo uma traição. Pedrinho não entendeu bem o porquê - até havia sido discreto e, em vez de reclamar querendo mudar o que a outra pessoa escrevia ou deixava de escrever, simplesmente decidiu não mais ler aquilo que não era de seu gosto, estava exercendo sua liberdade sem atrapalhar a de ninguém. Mas elas não entendiam assim. A namorada ameaçou romper. A amiga da namorada começou a gritar. Pedrinho não é de briga (alguns o acham meio abananado), acedeu aos pedidos.

Ele: "Daí ela fez o maior escândalo porque dei um unfollow. Mas quando voltei a segui-la, ela continuou a encher minha timeline de futilidades..."

Por favor, cada um é livre. Se quer que Pedrinho o(a) siga, tuíte coisas interessantes para ele. Se não quer tuitar coisas que o Pedrinho acha interessantes, não o obrigue a segui-lo(a).

2 comentários:

  1. Muito bem colocado, Takata. Fato verídico? Ou história baseada em?

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  2. É ficção, mas que pode ser real.

    []s,

    Roberto Takata

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