segunda-feira, 7 de junho de 2010

Vereador Apolinário: aquele que é sem querer que lhe digam que é

Luís Nassif republicou um texto de autoria do vereador demista Carlos Apolinário que seria impublicável, não houvesse sido publicado na Folha.

Comentei assim:
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Essa peça me dá nojo. Nojo nos dois sentidos: de asco mesmo e também de luto - pela morte de mais alguns neurônios. Discriminação e preconceito *não* é [são] opinião divergente. Basta fazer a prova pro senhor Apolinário - evangélico militante - se ele aceitaria que se impedisse a contratação de alguém por discordar de sua religião... Enquanto ele não tergiversar sobre esse ponto com: "veja bem, a situação é diferente", essa lenga-lenga só mostra a patetice do "argumento".

"Não é correto usar o dinheiro público para dar privilégio a um grupo" ele diz, veja se o pateta é a favor de se extinguir a isenção de impostos de igrejas.

Essa tolice não vale um níquel furado.

[]s,

Roberto Takata

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Em um ponto concordo com o homofóbico Apô - e não adianta ficar sentidinho, seô vereador, porque você *é* homofóbico, como aquele cara que fala: "Não sou racista, mas não suporto negro" - não faz sentido manter só a Parada do Orgulho Gay na Paulista. Ou se permitem outras manifestações por lá, ou não se permite nenhuma - a menos que haja justificativa razoável.

Mas olha como esse papinho de que o poder público não deve "privilegiar" grupos de pessoas funciona na prática na cabecinha do vereador. Em 2002, ele apresentou o projeto de lei municipal 49/2002 que: "Dispõe sobre a exclusão dos ministros de cultos religiosos da restrição imposta quanto à circulação de veículos no município de São Paulo."

No dia em que o seô Apô discursar contra isto:

Diário Oficial da Cidade de São Paulo, 29/mai/2010, pág. 208, São Paulo, 55(100)
"São Paulo Turismo
[...]
Processo de Compras N° 926/10 - Pregão Eletrônico -n°062/10

OBJETO: Contratação de empresa especializada para prestação de serviços de locação de sonorização especial, compreendendo os respectivos serviços de montagem, operação e desmontagem para o evento 'Marcha para Jesus 2010'
COMUNICAMOS que em 26/05/2010 o Diretor Administrativo Financeiro e de Relação com Investidores da São Paulo Turismo S.A, HOMOLOGOU o procedimento licitatório em que foi ADJUDICADO o objeto à empresa Zen Produções e Promoções de Eventos Ltda EPP pelo valor de R$ 22.500,00 e AUTORIZOU a contratação. Comissão Permanente de Licitações."

Acreditarei na conversinha de "não é correto usar o dinheiro público para dar privilégio a um grupo". Aliás, acabei de enviar pelo sistema de comentário do sítio web pessoal do referido vereador a mensagem abaixo:

"Excelentíssimo Senhor Vereador da Cidade de São Paulo Carlos Apolinário,

Em relação a seu texto publicado na Folha de São Paulo a respeito da "ditadura gay", gostaria de manifestar minha concordância quanto a um ponto específico: "Não é correto usar o dinheiro público para dar privilégio a um grupo". Desta feita gostaria de receber uma cópia de seu discurso em que V. Sra. protesta contra o uso de verba pública para financiar a "Marcha para Jesus".

É um absurdo que o poder público desvie dinheiro que deveria atender a todos os segmentos sociais para beneficiar especificamente aos evangélicos - particularmente apenas da Igreja Renascer.

Sem mais para o momento.

Roberto Takata
"

Vamos ver como ele responde.

(A quem interessar possa, eu *sou* homofóbico. Mas não, não me orgulho nem pouco disso, ao contrário. Apenas não fico com essa conversa fiada de que não tenho preconceitos. Tenho e tento lutar contra eles. Ser consciente deles é um bom primeiro passo.)

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