terça-feira, 24 de maio de 2011

Reaças e fascistas?

Marcelo Coelho na Folha e Marcelo Rubens Paiva no Estadão analisam episódios recentes de manifestação de intolerância e preconceito e a questão da (in)correção política.

Em linhas gerais, tocam nos pontos que eu já havia citado no "Manifesto pela correção política"; os textos dos articulistas são uma boa chamada à consciência, mas eu não iria tão longe em designar boa parte dos criticados (e dos defensores dos criticados) de reacionários e fascistoides.

A meu ver estão mais para mal guiados. O fato de a maioria reconhecerem (antes que algum desavisado que andou lendo textos contrários ao livro "Por uma vida melhor" da editora Global aponte erro de concordância entre 'maioria' e 'reconhecerem', trata-se de uma concordância ideológica) a bobagem que disseram parece-me indicar isso. Sim, devem ser criticados - e sempre que voltarem a dizer ou escrever tolices desse calibre. Mas estão longe de serem Boçonaros da vida.

De qualquer maneira, ainda bem que pessoas com alcance dos Marcelos ajudem a desarmar a armadilha retórica do "politicamente incorreto".

2 comentários:

  1. Creio que essa turma demonstrou, além do analfabetismo funcional (já que criticaram o livro sem ter lido), um comportamento fascista sim. Pois parecem acreditar em:
    1) Um poder absoluto do Estado, ao afirmarem que o MEC estaria ensinando as crianças a escreverem errado, quando sabemos que quem ensina são os professores com todas suas nuances intrínsecas;
    2) Meritocracia absoluta e sobrevivência dos mais aptos, ao desconsiderarem a contextualização em que se dá o ensino (principalmente de adultos);
    3) Ordem social estrita, ao criticarem tão ferozmente qualquer indício de quebra da hierarquia atualmente existente, onde os cultos ensinam aos não cultos.
    No meu ponto de vista, esse episódio desnudou muita gente. Pode ser que disseram o que foi dito apenas para "entrar na onda". Mas quem argumenta como um fascista só pode ser fascista.

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  2. Salve, André,

    Na verdade nem era exatamente sobre a questão do livro, era a série de declarações preconceituosas de algumas personalidades sob a desculpa de ser contra o politicamente correto.

    No caso do livro, certamente as críticas foram de direita, mas não acho q são necessariamente de ordem fascistas - embora um ou outro crítico possa ser classifico de filofascista. Mas vários outros, como o Clóvis Rossi da Folha, acho que não se constitui em alguém de extrema direita.

    Mas foi mesmo de dar vergonha as críticas ao livro Por uma Vida Melhor.

    Valeu pela visita e comentários.

    []s,

    Roberto Takata

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