Tardia, mas veio (como sempre, através de seu nome maior, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso) a autocrítica peessedebista sobre os rumos que o partido deve tomar.
"O PSDB nasceu de centro-esquerda. Em eleições recentes, abordou temas morais e religiosos. Deslocou-se para a centro-direita. Por quê? Por engano eleitoral. Esses temas são delicados. Acho que você tem que manter a convicção. Você pode ganhar, pode perder. Em termos de comportamento e de valores morais, o PSDB tem que se manter progressista. Quando não se mantém, não tem o meu apoio. Eu não vou nessa direção."
Na mosca. Esse é o rumo que o PSDB precisa tomar, voltar às bases que ostenta em seu nome: a social democracia. Não há atualmente, nenhum partido que represente esse naco do espectro político no Brasil. Uma parte pequena do PT e do PSDB são social democratas, mas somente parte. E, neste momento histórico, a social democracia é uma necessidade urgente como opção ao país. De um lado a crise econômica, que exige a condução de políticas econômicas voltadas para o papel do Estado tanto na economia quanto nas garantias dos direitos sociais da população - a estruturação do Estado de Bem Estar Social (um tanto quanto remendadamente construído no Brasil e sob séria ameça na Zorópia). De outra, o recrudescimento da extrema direita e do neoconservadorismo - o progressismo social democrata deve fazer frente a essa força que alimenta o ódio, o preconceito (e deles se alimenta).
Mais do que renovação e menos do que refundação, o PSDB precisa de *retomada* de seus princípios estatutários: o respeito aos direitos individuais, a responsabilidade social.
Se me permite uma sugestão de ação ao partido para encontrar um programa político condizente com os anseios e necessidades da população e compatível com a visão social democrata, o PSDB deveria fazer um levantamento dos principais temas que mais afetam os cidadãos (separando-os em problemas locais e de maior alcance) e verificar em suas mais de 700 prefeituras, quais programas foram implantados relacionados a esses temas e quais foram os resultados. Esse levantamento serviria tanto de base de replicação de medidas que deram certo (claro, sempre procurando adaptar a diferentes realidades locais, onde necessário e possível), quanto de base para um programa partidário nacional: haveria o que mostrar e o que sugerir ao país. Em bases sólidas, não somente de "carta de intenções".
Avançaria além da questão simplesmente de corrupção (sim, a corrupção deve ser combatida, mas por todos, além disso o PSDB não está em condições para apontar o dedo para ninguém, haja vista o mensalão mineiro), fugiria completamente desse moralismo barato conservador, e daria um bom gás na questão da gestão e administração. Tudo dentro de uma clara matriz ideológica: a da social democracia (que nada tem a ver com a imagem inicial de murismo apegado ao partido - para marcar posição, não é preciso contrastar com o esquerdismo petista, indo para a direita - menos ainda para a ultradireita).
Disclêimer: Enviei há algumas semanas pedido de filiação ao PSDB. Não faço a menor ideia de se foi aceito ou não. (As críticas que fiz, faço e farei aqui e alhures ao partido, mantenho-as todas.)
*Upideite(15/dez/2012): A ser verdade esta postagem, o PSDB paulista terá me respondido sobre minha filiação com um sonoro não. Telhada na comissão de DH da Câmara dos Vereadores de São Paulo não dá.
Já que você vai lá, pergunta porque do posicionamento tucano na questão das tarifas de eletricidade.
ResponderExcluirSalve, André,
ResponderExcluirNão vou pra lugar nenhum. Espero q eles que venham pra cá.
A posição oficial dos tucanos é de que a indenização oferecida pelo governo federal pela amortização restante das usinas era muito baixa. (Mas a contra-argumentação de Tolmasquim de que o preço pedido pelos tucanos pela usina era irreal me parece bem válida. Os tucanos consideraram todo o valor investido nas usinas e não o que elas realmente valem.)
[]s,
Roberto Takata
O nome do blog vai mudar para algo como Jamais Posé Questions, ou Questionamentos que Poderiam ser Considerados que Muito Raramente Houveram Sido de Fato Emitidos?
ResponderExcluirHein?
ResponderExcluirRoberto Takata