Gigante Recém-desperto e já Engajado na Milenar Luta pela Saúde no Brasil |
Antes de adentramos na análise desta importante proposta de financiamento do combalido Sistema Único de Saúde, que, todos sabemos, é um fiasco completo e faz mais mal do que bem à saúde dos brasileiros - sobretudo os mais pobres*, gostaria de trazer alguns dados sobre a avaliação do SUS pelos próprios usuários.
Just a food for thought.
Segundo o Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS) 2011 do Ipea [1]:
Entre os que usaram serviços do SUS nos últimos 12 meses
30,4% acham que é bom ou muito bom
27,6% acham que é ruim ou muito ruim
Entre os que *não* usaram o SUS:
19,2% acham que é bom ou muito bom
34,3% acham que é ruim ou muito ruim
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Resultado similar ao obtido pela Pesquisa de Satisfação dos Usuários do SUS, do Min. Saúde 2011 [2]:
Entre os que usaram o SUS nos últimos 12 meses:
15,02% acham que é muito ruim
13,62% acham que é ruim
34,04% acham que é regular
28,79% acham que é bom
7,37% acham que é muito bom
Entre os que *não* usaram o SUS:
26,64% acham que é muito ruim
18,38% acham que é ruim
29,73% acham que é regular
21,12% acham que é bom
4,13% acham que é muito bom
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Vamos considerar o seguinte. Em São Paulo, são 14 milhões de embarques por dia, para uma população de 11,32 milhões de pessoas. Projetamos isso para uma população de 196,7 milhões de brasileiros. Seriam 243,3 milhões de embarques por dia. 58,4 bilhões de embarques por ano. Uma injeção de 11,7 bilhões de BRL/ano no sistema SUS. Não seria nada mau.
Problema, lembram que havia a CPMF/IPMF? Um imposto provisório sobre movimentação financeira criticado por ser permanente durante 10 anos? Uma alíquota de 0,38% que significava - para quem movimentava 1 mil reais no banco - 3,8 BRL/mês. Ou, 19 BRL/mês pra quem movimentava 5 mil reais.
Os 20 centavos no SUS correspondem a uma média de 5,0 BRL/mês para cada brasileiro. O que inclui bebês, pobres e miseráveis na conta. Considerando-se apenas a população adulta com renda superior a 1,5 salário mínimo, seriam 15,6 BRL/mês.
Eu apoio integralmente um imposto médio de 40 centavos diários para cada brasileiro para ser injetado no SUS. Naturalmente, os mais pobres seriam isentos, com equivalente aumento do valor pago pelos que têm mais condições. Mas...
Eu não citei a CPMF à toa. Por anos foi o cavalo de batalha da classemédiasofre. Choravam as pitangas de como sangravam suas economias - sério, 19 reais por mês (pra quem paga R$ 100 só pra uma ida ao cinema: entre ingressos, lanche e estacionamento; R$ 800 por mês em salão de beleza, néam, Época? [3]) é um golpe tão terrível em nossas burras, né, não? A CPMF era destinada ao custeio exatamente da saúde pública (e da previdência social e do combate à pobreza).
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[1] http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po1302201115.htm - (*Por favor, *leia* esse texto do Gaspari.)
[2] http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/relatorio_da_pesquisa_de_satisfacao.pdf
[3] http://revistaepoca.globo.com/vida/noticia/2013/06/o-arrocho-da-classe-media.html
Por isso eu concordo com a bandeira dos manifestantes que pedem educação de qualidade. É preciso que os manifestantes aprendam matemática com urgência.
ResponderExcluirSalve, André,
ResponderExcluirOu terem uma conversinha com os pais sobre a CPMF.
[]s,
Roberto Takata