Além da polêmica de retenção da divulgação da pesquisa do Ipea para depois das eleições (uma ação, sim, censurável), com a disponibilização dos dados o foco agora é que a miséria no Brasil teria parado de cair e, pior,
teria aumentado - ainda que pouco.
Pegando os dados desde o ano 2003, fazendo uma regressão por uma curva exponencial, temos um ótimo ajuste: R
2 = 0,97 (Figura 1).
Figura 1. Evolução do número de miseráveis no Brasil. Fonte: Ipea.
Usando o ajuste exponencial, temos a seguinte tabela (Tabela 1) de diferença entre os valores esperados pela curva e os valores calculados pela metodologia Ipea:
Tabela 1. Evolução do número de miseráveis no Brasil. Fonte: Ipea.
Ano |
Ipea |
Previsão |
Diferença |
% |
2003 |
26,24 |
24,77 |
1,47 |
5,93 |
2004 |
23,58 |
22,51 |
1,07 |
4,77 |
2005 |
20,89 |
20,45 |
0,44 |
2,15 |
2006 |
17,32 |
18,58 |
-1,26 |
-6,79 |
2007 |
16,50 |
16,88 |
-0,38 |
-2,27 |
2008 |
14,03 |
15,34 |
-1,31 |
-8,54 |
2009 |
13,60 |
13,94 |
-0,34 |
-2,42 |
2011 |
11,77 |
11,51 |
0,26 |
2,29 |
2012 |
10,08 |
10,45 |
-0,37 |
-3,58 |
2013 |
10,45 |
9,50 |
-0,95 |
10,01 |
Ipea: Dados calculados pelo Ipea (em milhões);
Previsão: Dados calculados pela curva de ajuste (em milhões).
Para α=0,05 e n=8, o valor crítico de t=2,306. t(diferença) = 1,05 e t(%)=2,18. Nos dois casos, não se rejeita a hipótese nula de que a variação seja fruto do acaso.
Não quer dizer que não se deva preocupar com as questões sociais e econômicas e que não se deva atentar para as políticas que levam à redução da miséria. Ela pode, sim, aumentar diante de um quadro econômico ruim de baixo crescimento e uma inflação relativamente alta e persistente.
De todo modo, esse fato parece ter despertado a preocupação social em várias pessoas - inclusive as que estavam reclamando durante o período eleitoral do Bolsa Família e que o governo federal dava mais atenção aos pobres do que à classe média...
Obrigado, Takata.
ResponderExcluirdNap,
ResponderExcluirEu que agradeço a visita.
[]s,
Roberto Takata