quarta-feira, 18 de maio de 2016

Menos leitos, menos saúde?

Repostando o que publiquei alhures.
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Entre 2010 e 2015, 23.565 leitos hospitalares sumiram no SUS! Nossa! É o fim do mundo! Saúde já!
Bem, 45% disso (10.801) referem-se a vagas em psiquiatria. Desde 1978 há um movimento de reforma da política de saúde mental no Brasil, visando à desinternalização de pacientes psiquiátricos - chamado de desospitalização. Tratamentos mais humanos são prescritos - banimento de terapias de eletrochoques, enclausuramento e isolamento, fora os maus tratos nos manicômios - com o paciente continuando a viver em sua própria casa. No ano 2001 (governos FHC) é lançada a lei 10.216 que estabelece políticas de proteção aos portadores de transtornos mentais. Dispositivos seguintes atualizam e regulamentam o prescrito na lei.
5.021 são referentes a vagas na obstetrícia. Estamos em fase de declínio da taxa de natalidade. Além disso há movimentos para partos humanizados, naturais - com pouco tempo de internação - e até partos em casa - sem internação alguma.
Em 2013, a Folha repercutiu um estudo do Banco Mundial denunciando a ociosidade de boa parte dos leitos. A taxa de ocupação média no SUS sendo de apenas 45%. Seria (e de fato não deixa de ser) um desperdício de recursos importantes.
Muitos atendimentos, de menor gravidade, são agora em nível ambulatorial, sem necessidade de internação de pacientes. Aliás, o maior gargalo no SUS é o do atendimento ambulatorial.
Há, de fato, ainda insuficiências de leitos para algumas especialidades e para algumas regiões; mas o quadro geral é que o fechamento dos leitos no SUS não é essa notícia horrível (cuidado! contém paywall poroso) com que querem pintar agora.
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