Há discursos que marcam época. O "I have a dream" de Martin Luther King Jr., o "Blood, toil, sweat and tears" de Winston Churchill, "I am prepared to die" de Nelson Mandela. Eles tocam em grandes valores de uma nação, de um tempo ou de toda a humanidade.
Por outro lado, há uma coleção de discursos no extremo oposto: são marcas do que há de mais horrível em nossa história de macacos pelados que dominaram o mundo.
O discurso de Demóstenes Lazaro Xavier Torres no STF contra as cotas raciais não chega a cravar seu lugar no segundo grupo - embora certamente nem sonhe em se aproximar do primeiro.
De todo modo é um discurso histórico. No mau sentido. Ele merece ser registrado para análise presente e futura. Para facilitar essa tarefa, com muito esforço, transcrevi a fala de mais de 30 minutos do senador demista goiano. Como cidadão brasileiro sinto-me envergonhado. Mas considerando-se o quão representantivas são as ideias do pensamento de uma parte da população brasileira - sobretudo da parte socioeconomicamente mais privilegiada - e que Torres faz parte de uma tradição política brasileira que tem dominado o poder no país (com algum afastamento - mas não muito - nestes governos Lulas), é um discurso que explica muito da situação de discriminação do negro que encontramos em nosso país.
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