sexta-feira, 18 de maio de 2012

Carta Aberta do Prof. Dr. Asher Kiperstok contra a entrevista do Prof. Dr. Ricardo Felício no Programa do Jô

Adianto que não concordo muito com os termos da crítica feita pelo Prof. Dr. Asher Kiperstok, Engenheiro Químico da UFBA: focado exclusivamente em termos de currículo. Claro, há algum peso se nenhuma outra informação for acessível: se não se tem ideia do que estão discutindo, alguém que estudou profundamente o tema provavelmente tem mais conhecimento de causa. Mas, dado que temos a internet, os livros, os jornais para analisar as alegações, o argumento de autoridade pode ser posto para escanteio.

De todo modo, como não vi o teor reproduzido em nenhum outro lugar, trago-o aqui para conhecimento. A informação relevante é que parte da academia está manifestando sua insatisfação com a desinformação dos negacionistas, neste caso em particular, do Prof. Dr. Ricardo Felício.

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Prezad@s,
Preocupado com o impacto causado pela entrevista do prof. Felício no programa de Jô Soares, não apenas negando, mas fazendo chacota de proeminentes cientistas que vêm nos alertando sobre o grave problema da mudança climática, coloco a vossa disposição os currículos de três importantes cientistas brasileiros que, por compreenderem a gravidade do problema tem se dedicado seriamente ao seu estudo, e o de dois professores que o negam.
Claro que cada um pode ter a opinião que quiser, sugiro apenas que verifiquem os resumos dos currículos abaixo e, se possível visitem os currículos dos mesmos por extenso nos endereços eletrônicos indicados, antes de formar uma opinião.
Quando precisamos de um especialista, seja para resolver um problema na nossa arcada dentária ou consertar nosso veículo, procuramos nos aconselhar com pessoas que tenham um currículo adequado para nos responder.
Temos que ter muito cuidado para não nos deixarmos cair no conto de charlatães. Sejam dentistas, mecânicos ou professores universitários.
O Painel Intergovernamental para a Mudança Climática, ao qual o prof. Felicio se referiu de forma jocosa, no programa do Jô, é uma instância que reúne milhares de cientistas do porte dos professores Fearnside, Nobre e Marengo, sob os auspícios da Organização Meteorológica Mundial (WMO) e do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP) e que recebeu o Premio Nobel pelo seu esforço em alertar a humanidade para este gravíssimo problema.
Asher Kiperstok PhD,
Coordenador do TECLIM/UFBA


Cientistas Brasileiros que tem alertado para a gravidade do problema da mudança climática.
Philip Martin FearnsideBolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 1A
possui graduação em Biologia - Colorado College (1969), mestrado em Zoologia - University of Michigan - Ann Arbor (1974) e doutorado em Ciências Biológicas - University of Michigan - Ann Arbor (1978). Atualmente é pesquisador titular iii do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). Estuda problemas ambientais na Amazônia brasileira desde 1974, inclusive morando dois anos na rodovia Transamazônica antes de entrar nas quadras do INPA em 1978. Realiza pesquisas ecológicas, incluindo a estimativa de capacidade de suporte de agro-ecossistemas tropicais para populações humanas e estudos sobre impactos e perspectivas de diferentes modos de desenvolvimento na Amazônia e sobre as mudanças ambientais decorrentes do desmatamento da região. Desde 1992 vem promovendo a captação do valor dos serviços ambientais da floresta amazônica como forma de desenvolvimento sustentável para as populações rurais na região. Em 2004 foi vencedor do Prêmio da Fundação Conrado Wessel na área de Ciência Aplicada ao Meio Ambiente. Em 2006 ele recebeu do Ministério do Meio Ambiente o Prêmio Chico Mendes com 1o lugar na área de Ciência e Tecnologia, e no mesmo ano foi identificado pelo Instituto de Informações Científicas (Thomson-ISI) como sendo o segundo mais citado cientista no mundo na área de aquecimento global (http://esi-topics.com/gwarm2006/interviews/PhilipFearnside.html). Seus trabalhos estão disponíveis através do site http://philip.inpa.gov.br.(Texto informado pelo autor)
Última atualização do currículo em 07/04/2012 Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/3176139653120353 

Carlos Afonso NobreBolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 1A
Possui graduação em Engenharia Eletrônica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (Dezembro de 1974) e doutorado em Meteorologia pelo Massachusetts Institute of Technology (Janeiro de 1983). Iniciou sua carreira profissional no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), em 1975. É pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais desde 1983. Exerce desde fevereiro de 2011 a função de Secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério de Ciência e Tecnologia-MCT. Exerceu funções de gestão no INPE: chefe do Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CCST-INPE) de 2008 a 2011 e coordenador geral do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC-INPE) de 1991 a 2003. E também coordenação de experimentos científicos, entre outros: coordenador científico do Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA) durante o período de 1996 a 2002 e coordenador brasileiro do Anglo-Brazilian Climate Observations Study (ABRACOS) de 1990 a 1996. Foi representante da área Multidisciplinar da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (2005-2007). Exerceu a presidência do International Advisory Group do Programa de Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PP-G7) (2006-2008). Atualmente é o presidente do Comitê Científico do International Geosphere-Biosphere Programme (IGBP). Preside os Conselhos Diretores da Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas (Rede CLIMA) e do Painel Brasileiro de Mudanças Cllimáticas. Foi coordenador do Programa FAPESP de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais (2008-2011). Representa o Brasil no International Institute for Applied System Analysis. e é membro do International Scientific Advisory Panel do Climate Change Adaptation Program, da Holanda. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Meteorologia, Climatolgia e Modelagem Climática, atuando principalmente nos seguintes temas: ciências atmosféricas, clima, meteorologia, Amazônia e modelagem climática, interação biosfera-atmosfera, mudanças climáticas e desastres naturais. Ministra as disciplinas Interação Biosfera-Atmosfera e Introdução à Ciência do Sistema Terrestre, em Programas de PG do INPE.Formulou há 20 anos a hipótese da "savanização" da Amazônia em resposta a desmatamentos e vem estudando como o aquecimento global pode influenciar a floresta tropical. Já orientou 26 alunos de mestrado e doutorado. Foi um dos autores do Quarto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) que, em 2007, foi agraciado com o Prêmio Nobel da Paz, juntamente com Al Gore. Recebeu, em 2007, o Prêmio da Fundação Conrado Wessel, na área de Meio Ambiente. Em 2009, recebeu a Von Humboldt Medal da European Geophysical Union. Em 2010, receberá a condecoração da Classe Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico da Presidência da República. Sua produção científica foi citada mais de 4 mil vezes (dezembro de 2010) no ISI (índice h = 28) e mais de 5 mil vezes no Google Scholar.(Texto informado pelo autor)
Última atualização do currículo em 01/09/2011 Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/1608252203113404


Jose Antonio Marengo OrsiniBolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 1A
Pesquisador 1-A do CNPq. Jose A. Marengo possui graduação em Fisica y Meteorologia - Universidad Nacional Agraria (1981), mestrado em Ingenieria de Recursos de Agua y Tierra - Universidad Nacional Agraria (1987) em Lima, Peru e doutorado em Meteorologia - University of Wisconsin - Madison (1991) em EUA. Fez pos doutorado na NASA-GISS e Columbia University em Nova York e na Florida State University na Florida, EUA em modelagem climática. Foi coordenador cientifico da previsão climatica do CPTEC INPE. Atualmente é pesquisador titular do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. É professor na pos graduação do INPE. È membro de vários painéis internacionais: IPCC, VAMOS-CLIVAR, GWSP, e é membro de grupos de trabalho no Brasil e no exterior sobre mudanças de clima. e mudanças globais . É consultor na área de estudos ambientais e de agencias de financiamento e parecerista de diversas revistas científicas e de agencias financiadoras nacionais e internacionais. É autor de artigos, capítulos de livros, livros, relatórios técnicos e trabalhos de congressos. Pelo INPE, participa atualmente de vários projetos de pesquisa, com instituições brasileiras, inglesas, francesas e americanas, e têm intensificado atividades de docência e orientação de pesquisa, além de ser membro ativo em vários conselhos participativos de clima e hidrologia, mudanças climáticas e globais. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Meteorologia, atuando principalmente nos seguintes temas: Amazônia, clima, mudança de clima, e modelagem de clima. È coordenador de projetos de pesquisa nacionais e internacionais, e tem ocupado cargos administrativos no INPE, é membro do Comite CIentifico do Painel Brasileiro de Mudancas Climaticas, CLA y RE dos Relatorios do IPCC GT1 e 2, e atualmente é o Coodenador Geral do Centro de Ciencia do Sistema Terrestre CCST, e desde 2012 é Membro Titular da Academia Braslieira de Ciencias.(Texto informado pelo autor)
Última atualização do currículo em 10/04/2012 Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/5719239270509869




Cientistas brasileiros que tem feito chacota sobre o problema da mudança climática
Ricardo Augusto Felicio
Graduado em Ciências Atmosféricas - Meteorologia pela Universidade de São Paulo (1998), mestrado em Meteorologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (2003) e doutorado em Geografia (Geografia Física) pela Universidade de São Paulo (2007). Atualmente é Prof. Dr. da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geografia e Meteorologia, atuando principalmente nos seguintes temas: Climatologia Geográfica, Antártida, Meteorologia e ciclones extratropicais que atuam no Brasil e no cinturão polar. Realiza pesquisas sérias e críticas sobre a variabilidade climática e seus desdobramentos, desmistificando as "mudanças climáticas antropogênicas" e sua ideologia embutida.(Texto informado pelo autor)
Última atualização do currículo em 21/06/2011 Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/3573585906523607

 Luiz Carlos Baldicero Molion
Possui graduação em Fisica pela Universidade de São Paulo (1969), PhD em Meteorologia, University of Wisconsin, Madison (1975), pós-doutorado em Hidrologia de Florestas, Institute of Hydrology, Wallingford, UK (1982) e é fellow do Wissenschftskolleg zu Berlin, Alemanha (1990). É Pesquisador Senior aposentado do INPE/MCT e atualmente Professor Associado da Universidade Federal de Alagoas, professor visitante da Western Michigan University, professor de pós graduação da Universidade de Évora, Portugal. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Dinamica de Clima, atuando principalmente em variabilidade e mudanças climáticas, Nordeste do Brasil e Amazonia, e nas áreas correlatas energias renováveis, desenvolvimento regional e dessalinização de água.É membro do Grupo Gestor da Comissão de Climatologia, Organização Meteorológica Mundial (MG/CCl/WMO).

(Texto informado pelo autor)
Última atualização do currículo em 11/05/2011 Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/5110326514774369


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5 comentários:

  1. http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/carta-para-dilma-sobre-mudancas-climaticas

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  2. É, Nassif, vive dando trela presse pessoal...

    []s,

    Roberto Takata

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  3. Você não acha que tem que dar espaço para os dois lados? Eu gostaria de ter mais detalhes (elaborados de uma forma que um leigo em climatologia pudesse entender) sobre essa questão. Até agora, para o público, a questão tem sido colocada na forma de carteirada. O tempo dirá quem está com a razão, pois os não aquecimentistas dizem que estmos entrando numa fase de resfriamento. Mas eu gostaria de não ter que esperar 20 anos.

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  4. André,

    Acho que temos que ficar do lado dos fatos.

    Não é porque há gente q acha q a ida do homem à Lua é uma farsa q temos q dar espaço pra essa gente e dar o mesmo crédito ao grupo q demonstra q o homem já esteve na Lua.

    Se vc quiser entender quais as bases q indicam q há um aquecimento global e q a ação humana tem grande participação, fiz uma série de postagens mostrando os indícios:
    http://genereporter.blogspot.com.br/2011/03/documento-gr-aquecimento-global.html

    []s

    Roberto Takata

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