Ainda dentro do tópico sobre o retorno dos impostos no Brasil e a comparação com o setor privado, analisemos o desempenho da saúde no país entre os setores público e privado.
76% dos clientes de planos de saúde privado estão satisfeitos, entre seus 50,5 milhões de usuários atuais; apenas 36% dos usuários do SUS classificam o atendimento como muito bom ou bom. Há, então, uma margem de melhora no sistema público a ser buscada.
Isso, no entanto, não quer dizer que o sistema privado seja mais eficiente do que o SUS.
O sistema privado, realiza 262,2 milhões de consultas por ano (base de 2013); pelo SUS, são 1,4 bilhão de consultas. Isto é, 5,19 consultas/cliente-ano no caso privado e 9,36 consultas/usuário-ano no caso do SUS (considerando como usuários os 200 milhões de habitantes, menos os 50,5 milhões de clientes dos planos privados).
Corrigindo-se pelo índice de satisfação, são 3,74 consultas/cliente-ano satisfatórias nos planos privados contra 3,37 no SUS.
O sistema privado fatura R$ 108,2 bilhões/ano. No SUS são investidos R$ 92,2 bilhões/ano (2014). Então, cada milhão de reais faturados nos planos privados resultam em 0,0345 consulta satisfatória por cliente ao longo de um ano. No SUS, é 0,0366. Uma eficiência 5,8% melhor no SUS.
Essa margem aumenta quando consideramos que parte dos atendimentos dos planos privados são feito pelo SUS (e raramente há compensação); estamos desconsiderando também internações (mais pelo SUS), procedimentos complexos (mais pelo SUS).
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