quarta-feira, 23 de junho de 2010

Podcast para surdos: Eu podia tá matano, eu podia tá robano

Na verdade, não podia, não. Se eu estivesse tentando isso, tomara que eu fosse imediatamente detido.

Mas o Carlos Hotta, do Brontossauros em Meu Jardim, sugeriu uma ideia que me parece interessante: criar um grupo de voluntários para transcrever podcasts de modo que os surdos possam acompanhar.

A sugestão surgiu como uma resposta a uma questão: uma leitora do Scienceblogs Brasil, que é surda, pediu a transcrição resumida do podcast do condomínio, o Dispersando. Transcrição profissional custa dinheiro - e a maioria dos podcasts são feitos artesanalmente, não geram renda e quem os produz não recebe nada -, e mesmo a feita pessoalmente demanda muito tempo: eu demoro umas cinco horas para transcrever um áudio de uns 15 minutos.

Mas, se várias pessoas se juntarem, será possível fazer a transcrição de alguns podcasts interessantes de modo que os surdos possam acompanhar - e ainda ficam mais facilmente indexáveis pelos mecanismos de busca.

Cinco minutos por mês por pessoa já será um bom início - todo mundo tem outras coisas pra fazer (como ganhar o pão pra comer), então um tempo que não crie dificuldades de se ganhar a vida e nem tire o do lazer. Quem está a fim de colaborar? (Atenção, não é necessariamente para transcrever o Dispersando. É coisa para se decidir depois em conjunto, mas talvez cada um transcrever um podcast que achar interessante.)

Já temos umdez voluntários:
@fcampelo
@tipo_b
@sibelefausto
@AninhaArantes
@samir_elian
@evandrocesar
@Iago_Rodrigues
@raquelalmeida
@Palpi (nos comentários)
@feitoamao (nos comentários)

Algumas ideias iniciais:
- É preciso ter autorização prévia dos autores do podcast;
- Se os transcritores tiverem blogues próprios, eles publicam em seus próprios blogues - um blogue 'central' faz apenas o link para o texto;
- Se não tiverem, podem publicar com autores convidados dos blogues participantes do projeto ou no blogue 'central';
- No texto com as transcrições - que deve ser o mais fiel possível às falas originais - eventuais observações dos transcritores ficam agrupadas no final;
- Colocar link no topo para o podcast original (com todos os créditos devidos);
- Os nomes ou apelidos (ou pseudônimos) dos transcritores também devem constar nas transcrições;
- Sempre que necessário, a transcrição de um podcast fica dividida entre várias pessoas: cada qual responsável por um trecho (do tempo x até o tempo y);
- Pelo menos até haver um número suficiente de transcritores, pode-se fazer apenas um resumo do conteúdo e transcrição dos "melhores momentos";

A coordenadora geral do projeto é: @Be_neviani. (Quem já quiser ir botando a mão na massa pode ou escolher um podcast e fazer a transcrição ou entrar em contato com outros voluntários para dividir a tarefa.)

Upideite(29/jul/2010): A primeira transcrição já está disponível no Meio de Cultura. Valeu, Samir Elian, Aninha Arantes e Felipe Campelo.
Upideite(03/ago/2010): @samir_elian avisa que Evandro Cesar também participou da transcrição. Valeu, Evandro Cesar, também.

13 comentários:

  1. Agora é ver quantos de nós vão doar um pouquinho de tempo, e começar a diversão!

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  2. Belê!!! Já tô atrás da galera do Dispersando pra pegar as autorizações!!! (O Igor já cedeu!)

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  3. Eu preciso verificar direito isso dos direitos autorais, mas como o podcast está registrado sob CreativeCommons (by-nc-sa) acho que não há problema em transcrever sem autorização expressa.
    Da minha parte, pode transcrever tudo o que eu disser.

    E as transcrições serão linkadas na página oficial do Dispersando, no ScienceBlogs.com.br/dispersando ou, se for da preferência dos voluntários, publicadas lá mesmo.

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  4. Claro q eu autorizo, e acho q não necessita autorização expressa não.

    E Takata, lança a minha idéia de narrar os posts pros cegos! Eles talvez sofram mais ainda de restrição de informação(pelo menos na internet).

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  5. Valeu, gente! Já baixei o mp3 e começo esse fim de semana! (Nada como ter pronde fugir do texto da Qualificação!!! HAHAHAHA!!!)

    Fafá, os cegos fazem uso de um programa que lê as páginas pra eles. É comum que os computadores de bibliotecas estejam equipados com esse programa.

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  6. Takata,

    Acho que a palavra "surdos" não é politicamente correta... embora seja usada por surdos politicamente corretos. Acho que não-oralista é melhor...

    Ver: http://redalyc.uaemex.mx/pdf/275/27512149012.pdf

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  7. Há vários surdos oralizados.

    Há o "portadores de deficiência auditiva".

    Mas como termo surdo é empregado até em associações de surdos, não vejo nenhuma carga negativa aí. (Se houver, estão a adotar a estratégia da cooptação do termo.)

    []s,

    Roberto Takata

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  8. Takata e todos:Muito obrigada! Eu sou deficiente auditiva bilateral severa:SURDA,não tenho nenhum problema com o termo e uso,mas..não faço parte de nenhuma das associações,a ver. :P

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  9. Eu topo. Agora, uma dúvida: como dividir o trabalho? Quem faz o quê? Só pra não ter mais de uma pessoa fazendo a mesma transcrição...
    @feitoamao

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  10. Aliás, poderia haver uma central de voluntários, onde houvesse a divisão dos podcasts por trechos de 5 min, mostrando quem ficou responsável por quais trechos. Que tal?
    Aliás, tem um programa de áudio (free) excelente e próprio para transcrição de textos, o Express Scribe. Recomento muito:
    http://www.nch.com.au/scribe/

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  11. Palpi,

    A coordenadora é a Bê Neviani. Procure-a no twitter: @be_neviani. (Qq coisa acrescentei o link para o perfil dela na postagem.)

    []s,

    Roberto Takata

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  12. Só para constar, eu fiz um grupo para a equipe de tradução poder se organizar. Qualquer coisa, é só me procurar no twitter @samir_elian

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