terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Regresso machista

A postagem de um texto crítico ao feminismo (e machista, muito machista) e que utilizava o termo "feminazi" no blogue do Nassif - e de autoria de um leitor desse blogue - acabou suscitando um imbróglio com diversas ramificações.

O texto originalmente foi publicado em uma discussão com Bárbara O. nos comentários de outra postagem no blogue do Nassif.

O desenrolar é tão complexo que eu não saberia fazer um resumo. Aponto duas versões da evolução da história: uma do próprio Nassif, outra de Cynthia Semíramis.

Depois de críticas de diversas pessoas como Idelber Avelar (e de outros que procuraram contemporizar, como Renato Rovai e Conceição Oliveira), Nassif publicou uma retratação - que não foi bem recebida pelas mulheres, como Lola Aronovich.

Nassif desculpou-se, mas os erros cometidos foram grotescos, particularmente três: 1) a própria subida do comentário para uma postagem (até como comentário é ofensivo), 2) a não publicação das respostas das mulheres, 3) as respostas irônicas iniciais às críticas feitas pelo twitter.

Na explicação inicial, Nassif disse que desconhecia o termo "feminazi". À parte o que uma simples googleada poderia resolver, bastava ver a própria sonoridade da palavra - revelando sua composição: feministas + nazistas. É óbvio que isso é ofensivo.

Podemos aceitar que blogues tenham suas idiossincrasias e fujam do que podemos chamar de cultura ou convenções bloguísticas - o padrão geral é que se uma postagem é publicada, mesmo não sendo o autor dela, sem ressalvas, o responsável pelo blogue endossa o conteúdo. No caso do blogue do Nassif, a mecânica é distinta e tem por intuito fomentar a discussão. Bem, há limites do que se pode publicar sob tal escusa - uma postagem ofensiva rompe tais limites.

A retratação de Nassif, embora um tanto tardia, é digna de elogio pelo próprio fato de se reconhecer o erro. No entanto, cheia de ressalvas como veio, isso elimina ou diminui muito do impacto positivo que teria. A bronca das mulheres tem sua razão de ser. O pedido de desculpas foi brando frente ao grau de ofensa cometido (algo vagamente similar é o caso de Bóris Casoy e os garis).

Um tema lateral surgiu em meio a isso: sobre progressismo, esquerdismo e quejandos; mas trato disso em outra postagem.

Disclaimer: Sou machista, admito. Não, não me orgulho. Sim, procuro corrigir esse defeito.

2 comentários:

lola aronovich disse...

Legal, gostei do disclaimer. Mas seu resumo do que aconteceu esqueceu algumas coisas. O post do tal de André no blog do Nassif foi publicado no dia 7/12. A confusão só começou 3 dias depois, na sexta, dia 10/12. Por quê? Por causa deste post. Nele, eu rebato os pontos do André. Só menciono o Nassif duas ou três vezes. Foi aí que Nassif recebeu várias críticas pelo twitter, e reagiu muito mal a elas. Aqui tem um resumo. O resto é como vc diz.

none disse...

Oi, Aronovich,

Grato pela visita e comentário.

Como disse, não saberia fazer um resumo. De todo modo essa parte da história acho que está contada na postagem da Semíramis.

[]s,

Roberto Takata