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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Cereser e Disney continuam vendendo bebida infantil que simula bebida alcoólica - agora com a Warner

Pelo terceiro ano consecutivo o Spunch volta ao mercado para as festas de fim de ano.

E, agora, além da Disney, a parceria se estende à Warner Brothers, com personagens como Batman e Penélope Charmosa.

As alegações da juíza para indeferir o pedido de liminar da Defensoria Pública de São Paulo de remoção do produto do mercado são de doer. Ela diz que cabe aos pais orientar os filhos sobre que produtos consumir ou não e que o nome da bebida impede confusão - então não haveria motivos para tirar os cigarrinhos de chocolate; além disso é falsa a alegação de que o nome não confunde. Spunch remete à punch - ponche - bebida que tem versões alcoólicas.

O Cartoon Networks, da mesma Warner, preocupa-se em remover desenhos considerados violentos de Tom & Jerry, mas pelo jeito acha tudo bem vincular suas personagens a bebida para crianças que simula bebidas alcoólicas...

Veja mais:
Disney ensinando a beber?
Cereser fala sobre o Spunch
Defensoria Púbica de SP entra no caso Spunch

Upideite(23/jan/2015): O MP-PR também entrou com ação, em 2014.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Defensoria Púbica de SP entra no caso Spunch

A Defensoria Pública do Estado de São Paulo recomendou à Cereser que retirasse do mercado a bebida Spunch fabricada em parceria com a Disney.

Por enquanto não se trata de uma ação judicial, o que deve ocorrer caso a empresa não atenda à recomendação da DP-SP.

Tratei do caso Spunch aqui no NAQ: Disney ensinando a beber? e Cereser fala sobre Spunch.

Aproveito para publicar mais uma troca de email que continuou a primeira resposta da Cereser.
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From: rmtakata@xxx
To: sac@cereser.com.br
Subject: RE: Resposta Cereser
Date: Mon, 5 Sep 2011 19:02:41 -0300

Prezados Senhores,

Obrigado pelos esclarecimentos. Gostaria de tirar algumas dúvidas que surgiram.
*Em quais países europeus são comercializados bebidas como o Spunch? (E quais os nomes desses produtos?)
*Não seria melhor se a embalagem fosse distinta na forma da dos espumantes? O formato da garrafa bem como o sistema de rolha com arame remetem diretamente à bebida alcoólica.
*O produto em si também se comporta como o espumante: o estouro seguido de jorro com bastante espuma.
*Há estabelecimentos oferecendo o produto na seção de bebidas alcoólicas. A Cereser tem algum controle a esse respeito?
Agradeço mais uma vez a atenção.

Cordialmente,
Roberto Takata
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Ao que responder à época:
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From: sac@cereser.com.br
To: rmtakata@xxx
Subject: Resposta Cereser
Date: Thu, 8 Sep 2011 12:03:11 -0300

Prezado senhor Roberto Takata, boa tarde!

Em resposta às suas questões:

1. França e Espanha são os principais países que comercializam este tipo de produto. Vários outros países do Leste Europeu contam com esta versão.
2. A pergunta já foi explicada na resposta anterior, a proposta do produto foi pesquisada junto a consumidores, o arame (gabieta) também cumpre a função de requerer a presença de um adulto para a abertura do produto e reflete nossa preocupação com o manuseio adequado.
3. O volume de gás é similiar ao utilizado pelas principais marcas de refrigerante do país. Vale destacar que o uso de embalagem que acondicionam diferentes produtos é totalmente normal no mercado de bebidas, por exemplo, a mesma lata de alumínio é utilizada para cerveja, refrigerante e suco, o mesmo ocorrendo com a garrafa de 600ml que também é utilizada por fabricantes de refrigerantes da mesma forma que para cerveja, sem que isto caracterize qualquer tipo de estímulo ao consumo de bebidas alcoólicas por crianças.
4. Temos uma equipe de promotores nas principais lojas de supermercados do Brasil cuidado da exposição correta do produto. Em todos nossos treinamentos isto é previsto de forma que nossa força de vendas informa este ponto a todos os nossos clientes. Além disto temos outras ações em andamento que atendem diretamente esta orientação. A exposição dos produtos em qualquer loja de varejo é de responsabilidade do próprio
local.

Atenciosamente,

Cereser - Departamento de Marketing
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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Cereser fala sobre Spunch

Havia enviado ao SAC da Cereser um email questionando sobre a associação com a bebida alcoólica que a bebida Spunch poderia suscitar no público infantil (veja o upideite de Disney ensinando a beber?). Abaixo segue a resposta da empresa:

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From: sac@cereser.com.br
To: rmtakata@xxx
Subject: Resposta Cereser
Date: Mon, 5 Sep 2011 12:52:30 -0300


Prezado senhor Roberto Takata, boa tarde!

A Cereser entende e respeita a sua opinião a respeito do Spunch e por isso gostaríamos de esclarecer algumas informações sobre o produto, refrente ao descrito no seu e-mail.

Seguem abaixo os dados para o seu conhecimento:

* O Spunch é uma nova marca criada especialmente para o público infantil pela Cereser, para que não haja nenhuma associação do produto infantil com personagens Disney com as linhas de bebidas alcoólicas produzidas pela empresa. Por isso, o nome Cereser aparece discretamente no texto legal no rótulo.

* O Spunch evita o contato das crianças com bebidas alcoólicas durante as festas. Antes de colocar o Spunch no mercado, a Cereser realizou uma ampla pesquisa de mercado em que as mães revelaram que desejam produtos específicos para crianças comemorarem festas e datas comemorativas (Natal, Ano Novo, aniversário e outras ocasiões). Essa mesma pesquisa revela que as mães estão conscientes de que trata-se de um produto para comemorar e celebrar eventualmente, portanto, sem associação ao vício.

* Esse mesmo tipo de bebida comemorativa para crianças já é comercializado, sem problemas, em países da Europa, onde os critérios e controle de qualidade dos produtos infantis são bastante rigorosos.

* Para evitar associação do Spunch com o espumante, a Cereser escolheu embalagem com licenciados da The Disney Company, seguindo rigorosamente os critérios de qualidade e segurança exigidos pela companhia.


Estamos à disposição para qualquer dúvida e fornecer mais informações sobre o produto.

Atenciosamente,

Cereser - Departamento de Marketing
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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Disney ensinando a beber?

A Disney e a fabricante de bebidas Cereser firmaram uma parceria e lançaram no fim do ano passado uma bebida voltadoa para o público infantil - com rótulos coloridos com personagens da empresa de entretenimento americana.

O produto se chama Spunch e a descrição no próprio site da bebida é:
"um produto gaseificado não-alcoólico, desenvolvido especialmente para a garotada brindar momentos especiais de forma saudável e lúdica. Produzido a partir do verdadeiro suco natural de fruta, no sabor morango, em embalagens de 660 ml, descoradas com os personagesn de Carros, Mickey e Princesas da Disney."

Ocorre que o produto na forma e na função simula uma bebida alcoólica - no caso, um espumante ou a champanha.

As empresas precisam dar uma parada para pensar um pouco mais. Não sei se isso viola diretamente algum dispositivo legal, mas parece claramente um incentivo ao consumo de bebidas alcoólicas por causa da associação.

Chocolates em forma de cigarrilhas foram retirados e remodelados como rolinhos de chocolate, sem alusão a fumígeros.

A Anvisa e o MS precisam ter uma conversinha com a Disney e com a Cereser...

Upideite(31/ago/2011): e ainda estão vendendo o produto na seção de bebidas alcoólicas.
Upideite(02/set/2011): O sítio web da Disney do Brasil não tem uma formulário para contato (somente para anunciantes), enviei então a mensagem abaixo para o da Cereser:
"Prezados Srs.,

Em relação à bebida Spunch, produzida em parceria com a Disney do Brasil, gostaria de saber se V. Sras. acham adequada a comercialização voltada ao público infantil de uma bebida que, apesar de não ser ela mesma alcoólica, simula outra bebida alcoólica na forma e na função: no caso, um espumante ou uma champanha.

Parece-me que isso associada o consumo de bebida alcoólica (simulada) ao prazer (confraternização, comemoração).

Qual a visão de V. Sras. a esse respeito?

Cordialmente,

Roberto Takata"

Vamos ver o que respondem.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Muito além das palmadas

Não consigo entender o motivo da polêmica. Abaixo reproduzo o teor do projeto de lei que nem fala de palmadas.

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PROJETO DE LEI

Altera a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, para estabelecer o direito da criança e do adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de castigos corporais ou de tratamento cruel ou degradante.

O CONGRESSO NACIONAL decreta:

Art. 1o A Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990, passa a vigorar acrescida dos seguintes artigos:

“Art. 17-A. A criança e o adolescente têm o direito de serem educados e cuidados pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar, tratar, educar ou vigiar, sem o uso de castigo corporal ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação, ou qualquer outro pretexto.

Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, considera-se:

I - castigo corporal: ação de natureza disciplinar ou punitiva com o uso da força física que resulte em dor ou lesão à criança ou adolescente.

II - tratamento cruel ou degradante: conduta que humilhe, ameace gravemente ou ridicularize a criança ou o adolescente.

Art. 17-B. Os pais, integrantes da família ampliada, responsáveis ou qualquer outra pessoa encarregada de cuidar, tratar, educar ou vigiar crianças e adolescentes que utilizarem castigo corporal ou tratamento cruel ou degradante como formas de correção, disciplina, educação, ou a qualquer outro pretexto estarão sujeitos às medidas previstas no art. 129, incisos I, III, IV, VI e VII, desta Lei, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.” (NR)

“Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios atuarão de forma articulada na elaboração de políticas públicas e execução de ações destinadas a coibir o uso de castigos corporais e de tratamento cruel, tendo como principais ações:

I - a promoção e a realização de campanhas educativas e a divulgação desta Lei e dos instrumentos de proteção aos direitos humanos;

II - a inclusão nos currículos escolares, em todos os níveis de ensino, de conteúdos relativos aos direitos humanos e prevenção de todas as formas de violência contra a criança e o adolescente;

III - a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, da Defensoria Pública, do Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente nos Estados, Distrito Federal e nos Municípios, Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, e entidades não governamentais;

IV - a formação continuada dos profissionais que atuem na promoção dos direitos de crianças e adolescentes; e

V - o apoio e incentivo às práticas de resolução pacífica de conflitos que envolvam violência contra criança e adolescente.” (NR)

Art. 2o O art. 130 da Lei no 8.069, de 1990, passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo:

“Parágrafo único. A medida cautelar prevista no caput poderá ser aplicada ainda no caso de descumprimento reiterado das medidas impostas nos termos do art. 17-B.” (NR)

Art. 3o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília,
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Vamos ler: "ação de natureza disciplinar ou punitiva com o uso da força física que resulte em dor ou lesão à criança ou adolescente". Vou destacar: "dor ou lesão". Quem pode ser contra impedir que se provoque dor ou lesão às crianças?

Upideite(21/jul/2010): Recomendo a leitura do texto de Ana Arantes de O Divã de Einstein: Um tapinha dói, sim. E muito.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A comida das crianças, não!

Pego no pé dos direitistas, mas sei que na maior parte do tempo, a maior parte deles são gente boa - apenas temos visões de mundo antagônicas. Cada um deseja o melhor para o mundo a seu modo - discordamos frontalmente dos métodos e do que esperamos dos métodos dos outros.

Não acredito que a administração Kassab tenha feito tal estupidez de caso pensado:

Kassab reduz merenda de crianças carentes - Agora São paulo - 04/02/2009
"Cinco refeições por R$ 3,80. Pelo cálculo da prefeitura, essa é a quantia necessária para garantir a alimentação diária de uma criança ou um adolescente órfãos ou em situação de risco que vive em abrigos mantidos por entidades sociais. Desde 1º de janeiro, o município deixou de entregar a merenda nas unidades e informou que cada uma terá de passar o mês com uma verba de R$ 2.289. Elas atendem, em média, 20 menores."

Não se trata de chamar ao prefeito e equipe de Hitler, nazistas e quetais. Não. Mas isso revela a total desconexão com a realidade. Números são importantes, racionalizar os gastos é importante - mas isso só é importante na medida em que se tem como objetivo o bem estar dos cidadãos. A economia pela economia é burra. Que tipo de alimentação é possível proporcionar às crianças na maior megalópole deste lado ao sul do equador com tal quantia? Vai dar três bolachas e uma caneca de água por refeição?

Não é que queiram o mal das crianças, no entanto tal atitude demonstra uma frieza, uma despreocupação com um dos grupos mais fragilizados dessa nossa sociedade maluca (às vezes admirável, muitas vezes temível).

Sim, a Secretaria Municipal de Assistência Social afirmou que o valor será revisto. Menos mal. No entanto, o menos mal aqui é algo ainda terrivelmente cruel. Criança não é só para beijar durante campanha eleitoral.

Gela-me a espinha saber que tal atrocidade poderia passar. E que ninguém na prefeitura se tocou do absurdo.

Choque de gestão? Choque de realidade nesses caras.