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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Salário parlamentar e referendo

O aumento que os parlamentares se deram (tecnicamente deram para a legislatura seguinte, mas como muitos foram reeleitos, acabam sendo os próprios beneficiários) causou muita indignação entre os brasileiros, em certa medida com alguma razão.

Há um movimento para que tal reajuste seja obrigatoriamente submetido a referendo popular. A Deputada Federal Luiza Erundina aencampou a ideia e submeteu um projeto de lei sobre o tema.

As intenções são boas, mas não faz nenhum sentido econômico.

Os salários foram reajustado de 16.500 reais para 26.700 reais mensais para os não tão nobres deputados.

Façamos as contas. São 500 deputados que recebem 14 vencimentos anuais. O aumento representa então: (26.700-16.500)*14*500 = 71.400.000/ano de despesas. O mandato parlamentar é de quatro anos, então isso totaliza: 285.600.000 de gastos a mais.

Seria melhor que não houvesse. Mas o referendo não sai de graça. O referendo sobre o desarmamento em 2005 custou R$ 274 milhões. Atualize os custos e teríamos um gasto igual ou maior com o referendo para barrar o aumento.

Melhor aprendermos a votar e a fiscalizar e cobrar.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Vitoria de mier...

Havia uma piada (que tragicomicamente insinuava uma verdade) no plebiscito de 1988 realizado perto do fim da ditadura de Pinochet no Chile. O povo deveria escolher se o governo dele continuaria ou não. Era o voto do "sí" e do "no". "Sí, queremos que fique", "No, no queremos que saia". O "não" ganhou e acabou que a didatura terminou em 1990, com a realização de eleições presidenciais no país. Era o fim da ditadura mais sangrenta na história recente da América Latina.

Hugo Chávez não tem tanto sangue nas mãos, mas tem um gosto parecido pelo poder. Em 2007 criou uma nova emenda na constituição venezuelana, que lhe dava o direito de reeleições ilimitadas, e colocou-a sob referendo popular. Resultado: 50,7% dos eleitores rejeitaram as emendas (que Chávez chamou de "vitoria de mierda" da oposição). Em 2009, voltou à carga, com novo referendo sobre reeleições ilimitadas - a desculpa foi de que no primeiro referendo, outras emendas foram julgadas em conjunto -, agora, parece que o "sim" ganhou.

Assim fica fácil, repete o pleito até obter o resultado desejado, não precisa nem manipular a votação. E segundo alguns analistas (que não sei quem são): "a vitória legitima ainda mais o governo de Chávez, contrariando as acusações do Departamento de Estado dos EUA de que seria um ditador". Realmente, em 2007 foi uma vitória de m... da oposição.