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quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Armas impressas, um não problema? Minhas cordiais discordâncias a Carlos Cardoso.

Em seu blogue no Meio Bit, Carlos Cardoso faz uma interessante provocação a respeito de armas impressas: elas não são mais perigosas do que as produzidas artesanalmente ou mesmo uma faca.

Os pontos que Cardoso levanta são bem pensados e merecem uma reflexão cuidadosa. De todo modo, eu discordo da conclusão de que a tecnologia de impressão 3D não represente um problema na questão de acesso a armas de fogo de alto poder. Essa conclusão até é válida, mas possivelmente dentro de uma janela de tempo muito limitada.

O potencial de armas de fogo em impressoras 3D é palpável para um futuro próximo. Só porque *hoje* ainda são caras e não são muito resistentes não é motivo para se acreditar que será assim para sempre ou mesmo por muito tempo. Na verdade o que inúmeras tecnologias no ensinam é que elas podem ficar rapidamente acessíveis e confiáveis. Fazer armas caseiras requer uma habilidade maior do que baixar templates e clicar em print: você precisa de, no mínimo, um torno mecânico ou macgyverismo nível 2 para criar uma usando tubos metálicos ou bambus.

Não é nada trivial fazer um cano de alma raiada para um fuzil. Com uma impressora 3D isso não requer prática nem habilidade.

Armas impressas, em resina plástica, ainda podem se tornar virtualmente indetectáveis por processos normalmente utilizados - como detetores de metais em portas giratórias.

Você tentar contrabandear armas é possível e hoje muitos o fazem. Mas elas podem ser detetadas em uma fiscalização aduaneira ou barreiras policiais. O controle sobre download de templates (operação que é necessária uma única vez) e impressão caseira é muito menor (mesmo com Mr. Obama e NSA se esforçando).

Sim, é possível imprimir uma faca. Na verdade você pode comprar várias em qualquer loja sem nenhuma fiscalização. Sim, facas podem ser usadas para matar. Mas o potencial letal de uma arma de fogo é muito maior e o potencial de defesa contra elas é muito menor. (Por isso que a maioria dos bandidos preferem armas de fogo em vez de facas. Por isso armas de fogo tendem a ser mais fortemente reguladas do que armas brancas.)

Livrar-se de uma arma de fogo tradicional ou improvisada é mais problemática do que livrar-se de uma arma impressa. Você pode jogar fora, mas ela não desaparece no ambiente. Precisaria de um alto forno para derreter o metal. Uma arma plástica pode ser destruída sem vestígios com fontes de calor ao alcance de qualquer pessoa.

Em um futuro próximo poderá ser mais barato imprimir uma arma plástica confiável e customizada em casa. E poderá ser mais seguro do que depender de traficantes de armas - você não terá testemunha de aquisição de armas, você não terá um cara que pode te matar se você não tiver dinheiro. Mesmo que Mr.Obama consiga controlar a venda de rifles, eles poderão ser produzidos em casa.

Via Luís Brudna no Facebook.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Democracia direta e a tecnologia digital

Sou um entusiasta da utopia da democracia participativa através das tecnologias como a internet.

O Prof. Dr. Miguel Nicolelis propõe um recall anual para prefeitos. Acho a ideia muito boa, mas...

Mas não vejo como ela possa ser aplicável em um futuro imediato - digamos, em uma janela de uma década.

Não é todo mundo que tem acesso à internet. Considerando casa, trabalho, bibliotecas públicas, lan houses, temos algo como 70 milhões de usuários ativos acima de 15 anos. Em dezembro de 2010, éramos 135,5 milhões de eleitores. Quase metade do eleitorado ficaria de fora.

Consideremos, porém, que consigamos dar acesso a todos, resolvendo o problema da universalidade. Embora o sistema eleitoral atual tenha vários problemas de segurança, a internet seria ainda mais devassável.

Poderíamos ter segurança quanto à autenticação do voto por meio de tokens gerados por, digamos, chips do RIC. Protocolos de transmissão segura minimizariam a interceptação por pessoas não autorizadas, bem como o acesso de crackers ao sistema. Assim, teríamos talvez um bom grau de inviolabilidade eletrônica dos votos. Mas *eletrônica*. Off-line a coisa é diferente.

O problema é que tal sistema disperso - cada um podendo votar de casa ou de qualquer outro ponto com acesso à internet - tornaria os eleitores de diversas localidades do país ainda mais vulneráveis ao voto de cabresto. Como garantir que é o próprio eleitor a expressar sua vontade e não alguém que obteve a chave e a senha ou esteja coagindo o indivíduo de algum modo? (Supondo, claro, que cada computador esteja devidamente protegido contra programas maliciosos. O que está *beeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeem* longe da verdade.)

Uma solução seria centralizar o local de votação: fiscais do governo e dos partidos poderiam garantir a votação individualizada em cabinas indevassáveis. Mas isso é o processo eleitoral que temos atualmente. Os custos associados a tal processo tornariam-no inviável para sua aplicação com uma regularidade anual: cada eleição custa algo como 500 milhões de reais.

Acho que teríamos que criar a neuronet - com indivíduos acessando a internet do próprio cérebro (sob o risco de descarregarem vírus lógicos diretamente em suas mentes).

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Só para maiores...

Aviso, se você tem menos de 18 anos, não leia o restante da postagem*.

Há pouca atenção dada para a indústria pornográfica (e mais amplamente a indústria do sexo) por parte de estudos econométricos sérios. Talvez em grande parte por conta de pudicícias moralistas. Mas ela é - com e sem trocadilho - vigorosa: só nos EUA, em 2001, devia movimentar algo na casa dos 2 bilhões de dólares em vídeo, mais 1 bilhão em internet e outro bilhão em revistas [1], e agora imagina-se que esteja na casa dos 13 bilhões de dólares [2].

As empresas de filmes adultos eróticos certa feita decidiu a batalha entre o padrão Beta e o VHS, favorecendo o último formato. E tinha um peso para decidir entre o Blu-Ray e o HD-DVD [3], o que acabou não ocorrendo pela desistência da Toshiba (proprietária da tecnologia do HD-DVD).

A indústria do sexo tem sido também extremamente rápida em absorver as novas tecnologias e modos de comunicação. Nos tempos de internet, abaixo, uma pequena compilação (certamente não exaustiva!) de alguns serviços imediatamente copiados para uma versão sexual.

Sítios de busca. Exs: Google, MagicTeaPot.
Wikis. Exs: Wikipedia; WikiGP.
Compartilhamento de arquivos. Exs: Rapidshare, Shareporn.
Compartilhamento de videos. Exs: YouTube; PornTube.
Redes sociais. Exs: orkut; sexkut.
Mundos virtuais. Exs: Second Life, Red Light Center.


[1] How big is porn?
[2] US porn industry seeks multi-billion dollar bailout
[3] Porn industry may be decider in Blu-ray, HD-DVD battle

*Eu falei para não ler. Bem, então vai uma historinha para você: 'I Am Under 18' Button Clicked For First Time In History Of Internet.