Nos meios feministas tem um mito. Quando o homem diz: "Eu ajudo em casa com as tarefas domésticas", várias das defensoras dos direitos das mulheres têm calafrios. Dizem que é errado usar o termo "ajudar", o correto é "dividir". Para elas, falar que o homem ajuda a mulher nos afazeres do lar significa que o dever de limpar, cozinhar, lavar, passar, cuidar dos filhos, etc. é da mulher.
Por exemplo, a jornalista Míriam Leitão, em sua coluna em O Globo (comentada por Cristina Castro no blog da kikacastro), reclamou de reportagem em outro veículo da casa.
"Querida revista Época, como leitora, assinante e admiradora da publicação, gostaria de lembrar que 'ajudar' pressupõe que a obrigação — no cuidado da casa e dos filhos — é da mulher."
Não, mil vezes não. "Ajudar" quer dizer... "ajudar" e não "transferir a responsabilidade".
Vejamos alguns exemplos: "Os bombeiros de São Sebastião do Paraíso conseguiram ajudar, por telefone, uma mãe a salvar o filho que havia engasgado na manhã deste sábado (19).", "Cavalo cai em poço e bombeiros ajudam retirar o animal do local.", "Mais de 20 policiais ajudam na busca por assaltantes de cooperativa de MT."
Os bombeiros e policiais estão só dando uma forcinha para outra pessoa que tinha o dever de fazer o trabalho? Não. Eles estão desempenhando suas funções.
Quando queremos enfatizar que a ajuda é de menor importância (e os méritos e/ou responsabilidades de outrem), temos que usar modificadores - advérbios, adjetivos, diminutivos: "eu só ajudei", "foi apenas uma ajudinha", "uma ajuda de nada". Já: "eu ajudei" ou "foi uma ajuda" passa a ideia de contribuição efetiva. Esses modificadores modulam até contribuições do tipo que normalmente se valoriza: "dei apenas a ideia", "só tive que orientá-lo", "não mais do que minha obrigação, o que fiz".
Se fosse verdade que "ajudar" implicasse que a responsabilidade seria do ajudado, esta frase "a mulher deve ajudar o homem a administrar a casa" não deveria soar tão machista quanto a forma que causa horror a boa parte das feministas: "o homem deve ajudar a mulher a administrar a casa".
Em tempo, não sou contra formulações alternativas como "divisão de tarefas". Se se sentem melhor assim, tudo bem. Apenas que a coitada da "ajuda" não deveria pagar o pato.
Disclêimer: O aviso de sempre - sou machista, mas não me orgulho disso.
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terça-feira, 2 de abril de 2013
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