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domingo, 13 de março de 2011

Omnimpotentia

Consigo pensar em poucas sensações mais frustrantes do que a total impotência diante do sofrimento de parentes e amigos.

Meus parentes estão bem lá no Japão, mas há ainda amigos dos quais não tive mais notícias (sim, já tentei o Person Finder).

A sensação é tão ruim que deve ser por isso que #prayforjapan continua no topo dos TTs no twitter. A rigor é algo absolutamente inútil em realmente ajudar as vítimas do terremoto e do tsunami, mas serve de uma certa válvula de escape (e um tanto de hipocrisia - o que deve ter levado George Takei a dar um puxão de orelhas nos tuiteiros) e, sobretudo, de demonstração particular e coletiva de: "nós nos preocupamos". O #prayforjapan não ajuda, mas também não atrapalha e é bem intencionado.

Há as piadinhas. Eu mesmo faço algumas (oquei, podem psicologizar a respeito de disfarçar a tensão).

Há também os idiotas que dizem que foi um castigo merecido: por Pearl Harbour (só *um* exemplo), por não serem cristãos (só *um* exemplo), pela caça às baleias (só *um* exemplo, ok, dois), pela posição quanto a políticas ambientais (só *um* exemplo). Os que acham que há alguma coisa nas datas (só *um* exemplo). Discursos políticos mal postos: que ninguém ajudou o país na tragédia da região serrana (oferta de ajuda não faltou, como da Espanha e da Argentina), a questão da energia nuclear, subdesenvolvimento africano (verá que nunca esse tipo de observação será feito por quem ajuda de verdade nas tragédias humanitárias que ocorrem em países africanos, asiáticos ou americanos - a Cruz Vermelha, p.e., ajuda em qualquer canto - mesmo que tenha que mudar de nome para Crescente Vermelho).

Porém, o que me deixa p*** mesmo são os aproveitadores. Como em toda tragédia, há os salafrários a espalhar pânico, desinformação ou mesmo a roubar, como por através de emails falsos, e, claro, adivinhos.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Como ajudar as vítimas das chuvas

Há vários modos de se ajudar as vítimas da região serrana do Rio de Janeiro.

Quem mora em outros estados pode doar para as filiais da Cruz Vermelha. Mas o melhor seriam doações em dinheiro para a Defesa Civil: evita o problema de transporte dos donativos e permite a aplicação dos recursos onde necessário.

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Travei um diálogo surreal com uma entidade ateísta. Propus uma campanha para doação. Não quiseram com a justificativa de que isso seria "competir com as igrejas".

Sério, depois que as pessoas falam que ateus são 'desalmados' reclamam que é preconceito. Mas como classificar uma atitude de recusa de se mobilizar a ajudar pessoas em uma situação de tragédia por conta de um cálculo de conveniência? De que adiantariam "ônibus ateus"?
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Upideite(16/jan/2011): Respondi como abaixo a esta postagem no blogue do Nassif sobre a iniciativa do Peixe Urbano de arrecadar doações:
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Sorry, mas por essa linha de raciocínio *qualquer* tentativa de ajuda será exploração da tragédia.

A Cruz Vermelha ganha na imagem com doações alheias. A Igreja idem. A rede de concessionárias idem. O Bradesco idem. Os supermercados e shoppings idem. Os blogues que fazem campanha idem.

Por q só o Peixe Urbano fica sob suspeição? Quem audita as demais doações?

Escolha o meio em que confia mais e doe. Não fique zoando com o trabalho de outros: a menos que tenha provas. Ficar lançando suspeitas é o mesmo que grampo sem áudio.

[]s,

Roberto Takata
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Upideite(17/jan/2011): Funcionária do Peixe Urbano rechaça no blogue do Nassif as suspeitas levantadas.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Haiti: Desgraça pouca é bobagem

Com todo o sofrimento do povo haitiano (no terremoto que ceifou a vida de Zilda Arns), espero que não lhes cheguem aos ouvidos bobagens como:

"They were under the heel of the French, you know Napoleon the third and whatever. And they got together and swore a pact to the devil. They said 'We will serve you if you will get us free from the prince.' True story. And so the devil said, 'Ok it’s a deal.' And they kicked the French out. The Haitians revolted and got something themselves free. But ever since they have been cursed by one thing after another" - Pat Robertson, pastor americano, dono da "Christian Broadcasting Network".

Ou o que o cônsul do Haiti no Brasil falou:



Ou as bobagens da cantora Sandy Lima.

Desculpem-me a frase batida, mas: "humanos, demasidamente humanos".

Quem quiser ajudar: aqui.