Ok, Kinouchi disse que não me chamou de "cético conspiracionista". Mas ainda está interpretando equivocadamente meu posicionamento sobre a questão da existência ou não de Jesus histórico. Ele compara a situação com Pitágoras.
Não sou conhecedor da suposta biografia de Pitágoras - não que eu o seja da suposta biografia de Yoshua de Nazareth (não além do que consta na bibliografia oficial do cristianismo) -, se a caracterização do Prof. Kino estiver correta, sim, seria o caso de também dizer que a existência de Pitágoras de Samos não estaria bem sustentada em indícios.
Mas há relatos contemporâneos de fontes independentes sobre Pitágoras. Xenófanes de Colofão não escreveu 95 anos depois da suposta data de morte de Pitágoras. Admite-se que Pyth teria vivido entre 570 (ou571) a.C. e 495 a.C. Xenófanes teria vivido entre 570 a.C. e 475 a.C. Há ainda menções por Heráclito de Éfeso (que teria vivido entre 535 e 475 a.C.).
Vamos então ponto a ponto às alegações de Kino a respeito de meu posicionamento.
1) Está errado. O que eu digo é: "Se um dado relato sobre a existência de uma personagem X contém elementos míticos, a credibilidade desse relato é enfraquecida". Disso não se depreende que esse tipo de relato diminua a probabilidade da existência histórica de X.
2) Na verdade esse posicionamento é o defendido pelo Prof. Kino (e por RJL). P.e. quando eu digo que Beowulf e Robert in the Hood teriam tanto embasamento quanto JC em relação a sua existência histórica baseada em relatos posteriores à sua vida, ambos argumentam que a lenda de Beowulf tem 300 anos de defasagem ao momento que descreve enquanto os livros do NT tem uns 30 anos de defasagem.
3) Novamente, não é depreendida do meu posicionamento. Se os relatos são meramente orais, simplesmente não deixam vestígios contemporâneos (salvo se algum escriba botar no papel - ou em tabuletas de argila ou algo assim). Não é que isso enfraqueça a possibilidade de existência, simplesmente não a apoia.
4) Também não tem nada a ver com o que eu disse. Masaharu Taniguchi é fundador da Seicho-no-Ie e sua figura é razoavelmente mitificada. A probabilidade de sua existência histórica não é diminuída por isso (até porque existem registros fotográficos e de documentos oficiais contemporâneos).
5) Muito menos a ver ainda com o que eu disse.
6) Nunca disse tal falácia. O que digo é que existem relatos sobre ET de Varginha e homens de preto e não são relatos que temos por confiáveis. A conclusão lógica que podemos extrair disso não é que relatos não tenham valor e sim que não são, por si mesmos, indicadores confiáveis na credibilidade dos próprios relatos. (Há versões a respeito desse princípio: "papel aceita tudo", "pessoas mentem", "cheque os dados"...) Podemos dizer que esses relatos não são fontes independentes. Fazem parte de um corpo de textos, e é a partir desse corpo de textos que ficamos sabendo da suposta existência de Josué, o Ungido. Não podemos usar esse próprio corpo de textos como indício da existência da personagem. Uma comparação caricatural seria como usar os quadrinhos do Homem Aranha para provar que Peter Parker tem existência histórica.
(Também não é correto dizer que afirmei que as evidências da existência de Pedro e Tiago são menores do que as de JC. Eu disse: "Não sei se Tiago, José, Simão, etc eram ou não históricos. Mas parece q há até menos indícios a respeito deles.")
O texto de Os Gálatas não chegou em sua versão original até nós. Pode ser que as cópias sejam fiéis aos originais. (Certamente os historiadores verificaram a presença ou não de anacronismos - como existem p.e. no relato de Davi contra Golias.) Vamos supor que sejam - mais, vamos supor que a versão original chegou intacta até nós - o que isso contribui para com a credibilidade do relato a respeito da existência de um Jesus histórico? Nada ou quase nada. a) Ela faz parte do corpo de textos mencionados; b) Princípio do 'papel aceita tudo'.
Voltemos a Beowulf. O mito relata atos embaraçosos do herói. Como mentir sobre Grendel. Isso torna a narrativa mais credível? Ou aos mitos de Arthur: ele teve filho com a própria irmã, foi traído por Guinevere...
Não me supreenderia se um dia encontrarem um túmulo escrito Beowulf. Bem, na verdade eu me supreenderia, já que o hábito era cremar o corpo em um barco - mas talvez um dia possam perfeitamente estabelecer a historicidade da personagem. Mas não se pode dizer que atualmente sua existência esteja bem estabelecida.
Upideite(01/jul/2010): Aparentemente, Kino toma os tais "critérios de autenticidade" usados pelos estudiosos do Jesus histórico como um critério de veracidade da história narrada. Seriam mais critérios de originalidade. Isto é, se uma passagem atende aos critérios considerados (antiguidade, coerência com o que sabe do contexto histórico, colisão com agendas dos editores, etc.), então provavelmente reflete um texto escrito por um autor do início da era cristã - e não um acréscimo posterior feito pelos copistas. E não que o que foi escrito corresponda a uma verdade histórica. Quase todos os critérios de autenticidade poderiam ser utilizados, p.e., para atribuir ou não a autoria de um texto apócrifo a Shakespeare - mas não para dizer se Julieta, Romeu, Henrique VIII, Hamlet, etc. são ou não personagens com existência histórica.
*Shery Crow "Am I getting through" - The Globe Sessions - 1998.
quarta-feira, 30 de junho de 2010
terça-feira, 29 de junho de 2010
Conspiracionista eu? Jesus!
O Prof. Osame Kinouchi cismou que sou um cético conspiracionista.
Sim, há gente maluca que tem as teses mais baratinadas sobre a existência ou inexistência de Jesus Cristo.
Sim, eu não sou a pessoa mais sã deste mundo.
Sim, eu não acho que seja suficientemente embasada a hipótese da existência de um Jesus Nazareno histórico.
Não, não sou conspiracionista.
Não acredito que haja uma conspiração quer para ocultar provas da (in)existência de Josué de Nazaré quer para forjar provas de sua (in)existência.
Apenas considero que sejam fracos os indícios apresentados para a existência de JC: relatos escritos pelo menos algumas dezenas de anos após a data alegada da morte (ou ascenção) da personagem. Eu me daria por satisfeito se houvesse um relato contemporâneo, p.e., autos do julgamento de JC pelos romanos.
Mesmo relatos contemporâneos podem ser enganosos. Vide o incidente de Varginha. Podemos descartar sem medo que fosse um extraterrestre. Mas as garotas viram mesmo alguma coisa? O quê? E os relatos sobre os Homens de Preto? Abstraindo se são alienígenas, agentes do governo, membros de uma organização secreta ou o que for: haverá pessoas vestidas de preto interrogando pessoas que dizem ter visto seres alienígenas?
É mais ou menos esse o grau de dúvida que expresso. Talvez um pouco inferior.
É um tema aborrecido, porque, fora de contexto, sempre dá margem a interpretações não apenas equivocada (como eu ser conspiracionista) como conspiracionista (eu ter algo contra as religiões, ser anticristão ou coisa que o valha). Centenas de milhões de pessoas crêem em graus mais variados em Jesus Cristo - não apenas histórico como divino. Respeito tal crença, bom dizer. E, até por saber que sempre se cria um clima meio chato, que não trago esse assunto de modo ostensivo. Raramente provoco o assunto - não me furto (bem às vezes me furto) de discuti-lo quando o contexto é adequado (como na postagem do jornalista Reinaldo José Lopes, no blogue Carbono 14, sobre o tema).
Kino insiste que minha visão é minoritária e que deveria explicitar essa condição. Ok. Sim, aparentemente a maioria dos acadêmicos que estudam temas relacionados à Bíblia aceitam a historicidade de Jesus. Se for por isso, pronto. (No contexto, acho desnecessário, pois não estava a discutir com alguém que era exatamente leigo no assunto. Se eu tivesse escrito uma postagem sobre isso, aí, creio que seria o caso.)
Bom reparar que não estou nem ao menos dizendo que Jesus Cristo homem não existiu ou que seja mais provável que não tenha existido. Não chega nem mesmo a ser uma defesa da possibilidade da inexistência.
Pode ser que um homemchamandochamado Jesus, filho de José, nascido em Belém e criado em Nazaré, a quem as histórias do NT se refiram tenha existido. Não chega a ser uma alegação extraordinária. Mas mesmo para uma alegação tão pouco comprometida, os indícios apresentados são fracos para se dizer que seja provável que tal Jesus tenha existido historicamente.
Abstraia os dragões, os demônios e quetais. TeráBewoulfBeowulf existido? Esqueça fadas, feiticeiras, cálices sagrados. Terá Rei Arthur existido? Só que temos são relatos (mitificados) de suas aventuras e desventuras.
Reinaldo José Lopes objeta com a questão temporal: dezenas de anos para Jesus Nazareno e possivelmente algumas centenas de anos para mitos nórdicos e ingleses. Isso pode tornar Arthur e Bewoulf relativamente mais fracos, mas não torna os relatos mesmo de fontes não-cristãs como Josefo tão críveis assim: vide a questão de relatos contemporâneos como o avistamento de Varginha.
Tampouco estou alegando que talvez não tenha existido: para isso eu teria, por exemplo, que apresentar alguma dificuldade para a existência de Jesus histórico - digamos, que Jesus não fosse um nome possível (o que não é o caso).
Sim, há gente maluca que tem as teses mais baratinadas sobre a existência ou inexistência de Jesus Cristo.
Sim, eu não sou a pessoa mais sã deste mundo.
Sim, eu não acho que seja suficientemente embasada a hipótese da existência de um Jesus Nazareno histórico.
Não, não sou conspiracionista.
Não acredito que haja uma conspiração quer para ocultar provas da (in)existência de Josué de Nazaré quer para forjar provas de sua (in)existência.
Apenas considero que sejam fracos os indícios apresentados para a existência de JC: relatos escritos pelo menos algumas dezenas de anos após a data alegada da morte (ou ascenção) da personagem. Eu me daria por satisfeito se houvesse um relato contemporâneo, p.e., autos do julgamento de JC pelos romanos.
Mesmo relatos contemporâneos podem ser enganosos. Vide o incidente de Varginha. Podemos descartar sem medo que fosse um extraterrestre. Mas as garotas viram mesmo alguma coisa? O quê? E os relatos sobre os Homens de Preto? Abstraindo se são alienígenas, agentes do governo, membros de uma organização secreta ou o que for: haverá pessoas vestidas de preto interrogando pessoas que dizem ter visto seres alienígenas?
É mais ou menos esse o grau de dúvida que expresso. Talvez um pouco inferior.
É um tema aborrecido, porque, fora de contexto, sempre dá margem a interpretações não apenas equivocada (como eu ser conspiracionista) como conspiracionista (eu ter algo contra as religiões, ser anticristão ou coisa que o valha). Centenas de milhões de pessoas crêem em graus mais variados em Jesus Cristo - não apenas histórico como divino. Respeito tal crença, bom dizer. E, até por saber que sempre se cria um clima meio chato, que não trago esse assunto de modo ostensivo. Raramente provoco o assunto - não me furto (bem às vezes me furto) de discuti-lo quando o contexto é adequado (como na postagem do jornalista Reinaldo José Lopes, no blogue Carbono 14, sobre o tema).
Kino insiste que minha visão é minoritária e que deveria explicitar essa condição. Ok. Sim, aparentemente a maioria dos acadêmicos que estudam temas relacionados à Bíblia aceitam a historicidade de Jesus. Se for por isso, pronto. (No contexto, acho desnecessário, pois não estava a discutir com alguém que era exatamente leigo no assunto. Se eu tivesse escrito uma postagem sobre isso, aí, creio que seria o caso.)
Bom reparar que não estou nem ao menos dizendo que Jesus Cristo homem não existiu ou que seja mais provável que não tenha existido. Não chega nem mesmo a ser uma defesa da possibilidade da inexistência.
Pode ser que um homem
Abstraia os dragões, os demônios e quetais. Terá
Reinaldo José Lopes objeta com a questão temporal: dezenas de anos para Jesus Nazareno e possivelmente algumas centenas de anos para mitos nórdicos e ingleses. Isso pode tornar Arthur e Bewoulf relativamente mais fracos, mas não torna os relatos mesmo de fontes não-cristãs como Josefo tão críveis assim: vide a questão de relatos contemporâneos como o avistamento de Varginha.
Tampouco estou alegando que talvez não tenha existido: para isso eu teria, por exemplo, que apresentar alguma dificuldade para a existência de Jesus histórico - digamos, que Jesus não fosse um nome possível (o que não é o caso).
sábado, 26 de junho de 2010
¿Que te pasa, PSDB?
Não entendo o que se passa na cúpula tucana.
O que levou a escolher um vice do próprio partido para José Serra sabendo que isso contrariaria os interesses de seu principal aliado, o DEM? E, mais, aparentemente continuam a insistir na decisão, mesmo com demonstrações claras de desagrado (estou sendo eufemista aqui)?
Segundo análise do Uai, a ideia é conquistar o eleitorado paranaense e que isso poderia fazer a diferença nas eleições. Mas a conta não fecha. Em abril/2010, são 7.553.063 eleitores cadastrados no PR, diante de um total de 134.080.517 eleitores cadastrados no país. Isso dá 5,6% dos eleitores. Mesmo que ter Álvaro Dias na chapa representasse a conquista da totalidade dos eleitores do PR, segundo a última pesquisa Ibope há uma diferença de 5% a favor de Dilma em relação a José Serra. A margem de erro (de 5%) é estimado em 2 pontos percentuais. Então há uma chance de cerca de 90% de chance da diferença estar entre 1% e 9%. As chances da diferença ser maior do que 5,6% é de 40%.
Considerando que a escolha de Álvaro Dias *não* deve transferir todos os votos dos paranaeneses para José Serra e que a tendência atual é que a diferença favorável a Dilma Rousseff aumente, a estratégia sugerida acima parece altamente arriscada.
Não tenho os números especificamente para o PR, mas 22% dos sulistas rejeitam Serra. No Sul, Serra tem 42% das intenções de voto contra 34% de Rousseff; Marina Silva 8%, brancos e nulos 7% e não sabem 7%. 27% dos entrevistados na região Sul dizem que votariam com certeza em Dilma. Haveria uma trasferência potencial de 7 pontos percentuais - o que significaria uma diferença de 14 pontos percentuais no PR - isso se traduziria em 0,8 pontos percentuais nacionalmente.
Sem contar o risco de se perder palanque do DEM. Teria o PSDB fôlego para levar uma campanha sem o DEM? Pessoalmente duvido, mas não sou analista político (não pretendo, portanto, que meu ceticismo quanto a isso seja levado a sério).
Não consigo mesmo entender a racionalidade por trás dessa decisão...
O que levou a escolher um vice do próprio partido para José Serra sabendo que isso contrariaria os interesses de seu principal aliado, o DEM? E, mais, aparentemente continuam a insistir na decisão, mesmo com demonstrações claras de desagrado (estou sendo eufemista aqui)?
Segundo análise do Uai, a ideia é conquistar o eleitorado paranaense e que isso poderia fazer a diferença nas eleições. Mas a conta não fecha. Em abril/2010, são 7.553.063 eleitores cadastrados no PR, diante de um total de 134.080.517 eleitores cadastrados no país. Isso dá 5,6% dos eleitores. Mesmo que ter Álvaro Dias na chapa representasse a conquista da totalidade dos eleitores do PR, segundo a última pesquisa Ibope há uma diferença de 5% a favor de Dilma em relação a José Serra. A margem de erro (de 5%) é estimado em 2 pontos percentuais. Então há uma chance de cerca de 90% de chance da diferença estar entre 1% e 9%. As chances da diferença ser maior do que 5,6% é de 40%.
Considerando que a escolha de Álvaro Dias *não* deve transferir todos os votos dos paranaeneses para José Serra e que a tendência atual é que a diferença favorável a Dilma Rousseff aumente, a estratégia sugerida acima parece altamente arriscada.
Não tenho os números especificamente para o PR, mas 22% dos sulistas rejeitam Serra. No Sul, Serra tem 42% das intenções de voto contra 34% de Rousseff; Marina Silva 8%, brancos e nulos 7% e não sabem 7%. 27% dos entrevistados na região Sul dizem que votariam com certeza em Dilma. Haveria uma trasferência potencial de 7 pontos percentuais - o que significaria uma diferença de 14 pontos percentuais no PR - isso se traduziria em 0,8 pontos percentuais nacionalmente.
Sem contar o risco de se perder palanque do DEM. Teria o PSDB fôlego para levar uma campanha sem o DEM? Pessoalmente duvido, mas não sou analista político (não pretendo, portanto, que meu ceticismo quanto a isso seja levado a sério).
Não consigo mesmo entender a racionalidade por trás dessa decisão...
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Diagnóstico público, pode isso, Arnaldo?
Aos psicólogos que tão prestimosamente largaram a falar montes sobre Dunga aos jornais e TV (aqui e aqui), lembro do artigo 2o, item 'q' do código de ética da profissão:
"Art. 2º – Ao psicólogo é vedado:
q) Realizar diagnósticos, divulgar procedimentos ou apresentar resultados de serviços psicológicos em meios de comunicação, de forma a expor pessoas, grupos ou organizações."
Há ainda os psicanalistas - que nem têm formação obrigatória básica na área de saúde e nem sei como permitem atuar - mas isso é outra história.
Diagnóstico psicológico é ou deveria ser coisa séria. Não feito sem informações detalhadas sobre o indivíduo analisado. E, uma vez feito, não é coisa pra se dar publicidade a torto e a direito assim.
Olhaí, CFP!
"Art. 2º – Ao psicólogo é vedado:
q) Realizar diagnósticos, divulgar procedimentos ou apresentar resultados de serviços psicológicos em meios de comunicação, de forma a expor pessoas, grupos ou organizações."
Há ainda os psicanalistas - que nem têm formação obrigatória básica na área de saúde e nem sei como permitem atuar - mas isso é outra história.
Diagnóstico psicológico é ou deveria ser coisa séria. Não feito sem informações detalhadas sobre o indivíduo analisado. E, uma vez feito, não é coisa pra se dar publicidade a torto e a direito assim.
Olhaí, CFP!
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Manifesto pela correção política
Ok, não é um manifesto. Mas ouvindo o excelente podcast Dispersando do Scienceblogs Brasil sobre Humor, flagrei-me um tanto incomodado com críticas que considero injustas ao politicamente correto.
Hoje todo mundo critica o politicamente correto que nem sei bem onde recai o patrulhamento denunciado quando se diz, orgulhoso, que se é politicamente incorreto. O patrulhamento é tão baixo que a maioria das pessoas se sentem seguras em dizer isso.
Esse estado de coisas ganhou força lá na década de 1990, mas, ao contrário do que a maioria pensa, não pelo aumento da proeminência do politicamente correto, e sim pelo aumento da reação do que chamarei aqui de politicamente incorreto - a contrarreação conservadora à correção política. (Mais ou menos nos mesmos moldes da contrarreação conservadora à implantação das políticas de ações afirmativas no Brasil atualmente.)
Infelizmente a imagem de um bando de carolas censurando nomes feios pegou. Não levantarei o dedo em riste contra ninguém - eu mesmo embarquei de primeira onda contra o politicamente correto.
A correção política não se restringe a simplesmente uma tentativa de renomear as coisas. Há esse aspecto e há exageros. Não se jogue, porém, o bebê junto com a água da bacia.
Sim, nomes importam
Disso se sabe há muito. Não por acaso, monarcas dão-se títulos grandiloquentes: Alexandre, o Grande; Guilherme I, o Conquistador - nenhum deles irá se autodenominar: Sarrus, o Néscio; Luzer, o Perdedor. Isso se dá nas marcas das empresas e produtos. Ao contrário do que poetizava Shakespeare em Romeu e Julieta, uma rosa com outro nome pode não exalar o mesmo doce olor. Ninguém se diz abortista, chama-se pró-escolha - e isso é deliberado, quem seria contra a liberdade de escolha? - os anti-aborto chamam-se, pró-vida, quem seria contra a vida? Negacionistas climáticos chamam-se "céticos".
Ao se usarem nomes já carregados de estigmas: aidético, leproso, tísico... essa carga é, sim, transferida. Nomes não são neutros, palavras não são neutras: eu sou perseverante, tu és obstinado, ele é casmurro... um mesmo ato pode ser visto positiva ou negativamente, e palavras carregam esses conceitos valorativos. Palavras machucam. Podem incitar violência. Podem influenciar as atitudes e pontos de vista. Word is sword, a palavra é mais forte do que a espada - não chega a tanto, mas tem poder. (Não chegam a curar câncer ou coisas do tipo, infelizmente.)
Quando o termo "negro" nos EUA - ou "preto" aqui - está contaminado de carga negativa, pode-se optar por se tentar resgatar ou cooptar o termo: a torcida palmeirense internalizou o antes ofensivo "porco", neutralizando-o; ou buscar um termo mais neutro - ou até positivo: não se espera que a torcida são-paulina aceite o "bambi". O movimento negro nos EUA, preferiu o termo "black", e, no Brasil, o termo "negro" (interessante a simetria quiasmática). Há alguns que carregam uma conotação ainda mais neutra e "acadêmica'" como "afro-americanos" ou "afro-descendentes". Quando se está fora do grupo pode soar como algo cosmético, mas quando se é vítima, isso pode fazer diferença substancial na autoimagem.
Eventualmente o termo pode se desgastar e readquirir uma conotação negativa e será preciso procurar outro.
Não, não são apenas os nomes
Renomear coisas é um dos aspectos menores da correção política. Campanhas de esclarecimento à população contra a discriminação invisível e inconsciente: quem anda normalmente não sente a diferença que fazem as rampas de acesso na mobilidade (pode até achá-las um tanto incômodas). Mudar a legislação para impedir atos discriminatórios: não pode usar o elevador social só porque está com roupa de doméstica?
A correção política se traduz em outro nome: justiça social. Quem será contra? A correção política busca a inclusão social de grupos minoritários, sua integração efetiva à sociedade. Acesso à educação, aos bens de consumo, aos serviços sociais, proteção à sua integridade física e moral. Ao pleno exercício de umas coisinhas chamadas: direitos humanos e garantias constitucionais.
A correção política também pode ser traduzida por outro nome: cidadania. Cidadania de quem é politicamente correto - o respeito à alteridade, a proteção aos necessitados -, e a cidadania dos próprios sujeitos dos grupos minoritários - o resgate de sua identidade e do pertencimento à sociedade.
Passa por pequenas coisas como não jogar lixo na rua, valorizar o comércio de bairro, usar transporte coletivo e segue até grandes questões de direitos humanos, discriminação social, meio ambiente... Claro que, criada pela Nova Esquerda (nova à época, já que surgiu na década de 1970), a questão da correção passa em muito pelo ponto de vista progressista (o Brasil é um lugar estranho, temos um Partido Progressista que é uma das coisas mais reacionárias, um Democratas que acolhe os que se locupletaram na ditadura, um PTB que de trabalhista não tem nem sombra e um PSDB cada vez menos social-democrata), mas, de novo, quem há de ser contra os direitos das mulheres, dos negros e das demais minorias sociais? Quem há de ser contra a preservação dos recursos naturais?
Sim, sempre tem uns - novamente sem eufemismos - babacas que não entendem, como estes e este, que não enxergam a diferença entre ser minoria e ser maioria. Ou, nas palavras de Renan Picoreti (do n-Dimensional): "Tem coisa mais ridícula que membro de maioria social se fazer de perseguido?"
Correção política não é chatice. Não mais do que respeitar os outros é chatice.
Ser politicamente incorreto é achar que homem que é homem bate em mulher (pode até não saber porque está batendo, mas ela saberá porque está apanhando), que lugar de preto é na cozinha e só pode tomar laranjada quando sai briga na feira, que os animais podem ser torturados à vontade, que veado tem mais é que apanhar pra aprender a ser gente, que os pobres que se explodam, que véios, doentes mentais, aleijados e outros incômodos têm mais é que ficar escondidos em casa e não enfeiando as ruas e pedindo acesso e mobilidade para locais públicos; é defender o "estupra, mas não mata" ou "se o estupro é inevitável, relaxa e goza", afinal se a mulher é estuprada, foi porque provocou... Se você discorda de todas essas barbaridades, parabéns, você é politicamente *correto* - apenas discorda do nome, pois caiu no trote dos conservadores, WASPs e ranhetas (nessa ordem), da década de 90 do século passado: os pápis dos atuais neocons (incluindo a direita religiosa americana).
Hoje todo mundo critica o politicamente correto que nem sei bem onde recai o patrulhamento denunciado quando se diz, orgulhoso, que se é politicamente incorreto. O patrulhamento é tão baixo que a maioria das pessoas se sentem seguras em dizer isso.
Esse estado de coisas ganhou força lá na década de 1990, mas, ao contrário do que a maioria pensa, não pelo aumento da proeminência do politicamente correto, e sim pelo aumento da reação do que chamarei aqui de politicamente incorreto - a contrarreação conservadora à correção política. (Mais ou menos nos mesmos moldes da contrarreação conservadora à implantação das políticas de ações afirmativas no Brasil atualmente.)
Infelizmente a imagem de um bando de carolas censurando nomes feios pegou. Não levantarei o dedo em riste contra ninguém - eu mesmo embarquei de primeira onda contra o politicamente correto.
A correção política não se restringe a simplesmente uma tentativa de renomear as coisas. Há esse aspecto e há exageros. Não se jogue, porém, o bebê junto com a água da bacia.
Sim, nomes importam
Disso se sabe há muito. Não por acaso, monarcas dão-se títulos grandiloquentes: Alexandre, o Grande; Guilherme I, o Conquistador - nenhum deles irá se autodenominar: Sarrus, o Néscio; Luzer, o Perdedor. Isso se dá nas marcas das empresas e produtos. Ao contrário do que poetizava Shakespeare em Romeu e Julieta, uma rosa com outro nome pode não exalar o mesmo doce olor. Ninguém se diz abortista, chama-se pró-escolha - e isso é deliberado, quem seria contra a liberdade de escolha? - os anti-aborto chamam-se, pró-vida, quem seria contra a vida? Negacionistas climáticos chamam-se "céticos".
Ao se usarem nomes já carregados de estigmas: aidético, leproso, tísico... essa carga é, sim, transferida. Nomes não são neutros, palavras não são neutras: eu sou perseverante, tu és obstinado, ele é casmurro... um mesmo ato pode ser visto positiva ou negativamente, e palavras carregam esses conceitos valorativos. Palavras machucam. Podem incitar violência. Podem influenciar as atitudes e pontos de vista. Word is sword, a palavra é mais forte do que a espada - não chega a tanto, mas tem poder. (Não chegam a curar câncer ou coisas do tipo, infelizmente.)
Quando o termo "negro" nos EUA - ou "preto" aqui - está contaminado de carga negativa, pode-se optar por se tentar resgatar ou cooptar o termo: a torcida palmeirense internalizou o antes ofensivo "porco", neutralizando-o; ou buscar um termo mais neutro - ou até positivo: não se espera que a torcida são-paulina aceite o "bambi". O movimento negro nos EUA, preferiu o termo "black", e, no Brasil, o termo "negro" (interessante a simetria quiasmática). Há alguns que carregam uma conotação ainda mais neutra e "acadêmica'" como "afro-americanos" ou "afro-descendentes". Quando se está fora do grupo pode soar como algo cosmético, mas quando se é vítima, isso pode fazer diferença substancial na autoimagem.
Eventualmente o termo pode se desgastar e readquirir uma conotação negativa e será preciso procurar outro.
Não, não são apenas os nomes
Renomear coisas é um dos aspectos menores da correção política. Campanhas de esclarecimento à população contra a discriminação invisível e inconsciente: quem anda normalmente não sente a diferença que fazem as rampas de acesso na mobilidade (pode até achá-las um tanto incômodas). Mudar a legislação para impedir atos discriminatórios: não pode usar o elevador social só porque está com roupa de doméstica?
A correção política se traduz em outro nome: justiça social. Quem será contra? A correção política busca a inclusão social de grupos minoritários, sua integração efetiva à sociedade. Acesso à educação, aos bens de consumo, aos serviços sociais, proteção à sua integridade física e moral. Ao pleno exercício de umas coisinhas chamadas: direitos humanos e garantias constitucionais.
A correção política também pode ser traduzida por outro nome: cidadania. Cidadania de quem é politicamente correto - o respeito à alteridade, a proteção aos necessitados -, e a cidadania dos próprios sujeitos dos grupos minoritários - o resgate de sua identidade e do pertencimento à sociedade.
Passa por pequenas coisas como não jogar lixo na rua, valorizar o comércio de bairro, usar transporte coletivo e segue até grandes questões de direitos humanos, discriminação social, meio ambiente... Claro que, criada pela Nova Esquerda (nova à época, já que surgiu na década de 1970), a questão da correção passa em muito pelo ponto de vista progressista (o Brasil é um lugar estranho, temos um Partido Progressista que é uma das coisas mais reacionárias, um Democratas que acolhe os que se locupletaram na ditadura, um PTB que de trabalhista não tem nem sombra e um PSDB cada vez menos social-democrata), mas, de novo, quem há de ser contra os direitos das mulheres, dos negros e das demais minorias sociais? Quem há de ser contra a preservação dos recursos naturais?
Sim, sempre tem uns - novamente sem eufemismos - babacas que não entendem, como estes e este, que não enxergam a diferença entre ser minoria e ser maioria. Ou, nas palavras de Renan Picoreti (do n-Dimensional): "Tem coisa mais ridícula que membro de maioria social se fazer de perseguido?"
Correção política não é chatice. Não mais do que respeitar os outros é chatice.
Ser politicamente incorreto é achar que homem que é homem bate em mulher (pode até não saber porque está batendo, mas ela saberá porque está apanhando), que lugar de preto é na cozinha e só pode tomar laranjada quando sai briga na feira, que os animais podem ser torturados à vontade, que veado tem mais é que apanhar pra aprender a ser gente, que os pobres que se explodam, que véios, doentes mentais, aleijados e outros incômodos têm mais é que ficar escondidos em casa e não enfeiando as ruas e pedindo acesso e mobilidade para locais públicos; é defender o "estupra, mas não mata" ou "se o estupro é inevitável, relaxa e goza", afinal se a mulher é estuprada, foi porque provocou... Se você discorda de todas essas barbaridades, parabéns, você é politicamente *correto* - apenas discorda do nome, pois caiu no trote dos conservadores, WASPs e ranhetas (nessa ordem), da década de 90 do século passado: os pápis dos atuais neocons (incluindo a direita religiosa americana).
Podcast para surdos: Eu podia tá matano, eu podia tá robano
Na verdade, não podia, não. Se eu estivesse tentando isso, tomara que eu fosse imediatamente detido.
Mas o Carlos Hotta, do Brontossauros em Meu Jardim, sugeriu uma ideia que me parece interessante: criar um grupo de voluntários para transcrever podcasts de modo que os surdos possam acompanhar.
A sugestão surgiu como uma resposta a uma questão: uma leitora do Scienceblogs Brasil, que é surda, pediu a transcrição resumida do podcast do condomínio, o Dispersando. Transcrição profissional custa dinheiro - e a maioria dos podcasts são feitos artesanalmente, não geram renda e quem os produz não recebe nada -, e mesmo a feita pessoalmente demanda muito tempo: eu demoro umas cinco horas para transcrever um áudio de uns 15 minutos.
Mas, se várias pessoas se juntarem, será possível fazer a transcrição de alguns podcasts interessantes de modo que os surdos possam acompanhar - e ainda ficam mais facilmente indexáveis pelos mecanismos de busca.
Cinco minutos por mês por pessoa já será um bom início - todo mundo tem outras coisas pra fazer (como ganhar o pão pra comer), então um tempo que não crie dificuldades de se ganhar a vida e nem tire o do lazer. Quem está a fim de colaborar? (Atenção, não é necessariamente para transcrever o Dispersando. É coisa para se decidir depois em conjunto, mas talvez cada um transcrever um podcast que achar interessante.)
Já temosumdez voluntários:
@fcampelo
@tipo_b
@sibelefausto
@AninhaArantes
@samir_elian
@evandrocesar
@Iago_Rodrigues
@raquelalmeida
@Palpi (nos comentários)
@feitoamao (nos comentários)
Algumas ideias iniciais:
- É preciso ter autorização prévia dos autores do podcast;
- Se os transcritores tiverem blogues próprios, eles publicam em seus próprios blogues - um blogue 'central' faz apenas o link para o texto;
- Se não tiverem, podem publicar com autores convidados dos blogues participantes do projeto ou no blogue 'central';
- No texto com as transcrições - que deve ser o mais fiel possível às falas originais - eventuais observações dos transcritores ficam agrupadas no final;
- Colocar link no topo para o podcast original (com todos os créditos devidos);
- Os nomes ou apelidos (ou pseudônimos) dos transcritores também devem constar nas transcrições;
- Sempre que necessário, a transcrição de um podcast fica dividida entre várias pessoas: cada qual responsável por um trecho (do tempo x até o tempo y);
- Pelo menos até haver um número suficiente de transcritores, pode-se fazer apenas um resumo do conteúdo e transcrição dos "melhores momentos";
A coordenadora geral do projeto é: @Be_neviani. (Quem já quiser ir botando a mão na massa pode ou escolher um podcast e fazer a transcrição ou entrar em contato com outros voluntários para dividir a tarefa.)
Upideite(29/jul/2010): A primeira transcrição já está disponível no Meio de Cultura. Valeu, Samir Elian, Aninha Arantes e Felipe Campelo.
Upideite(03/ago/2010): @samir_elian avisa que Evandro Cesar também participou da transcrição. Valeu, Evandro Cesar, também.
Mas o Carlos Hotta, do Brontossauros em Meu Jardim, sugeriu uma ideia que me parece interessante: criar um grupo de voluntários para transcrever podcasts de modo que os surdos possam acompanhar.
A sugestão surgiu como uma resposta a uma questão: uma leitora do Scienceblogs Brasil, que é surda, pediu a transcrição resumida do podcast do condomínio, o Dispersando. Transcrição profissional custa dinheiro - e a maioria dos podcasts são feitos artesanalmente, não geram renda e quem os produz não recebe nada -, e mesmo a feita pessoalmente demanda muito tempo: eu demoro umas cinco horas para transcrever um áudio de uns 15 minutos.
Mas, se várias pessoas se juntarem, será possível fazer a transcrição de alguns podcasts interessantes de modo que os surdos possam acompanhar - e ainda ficam mais facilmente indexáveis pelos mecanismos de busca.
Cinco minutos por mês por pessoa já será um bom início - todo mundo tem outras coisas pra fazer (como ganhar o pão pra comer), então um tempo que não crie dificuldades de se ganhar a vida e nem tire o do lazer. Quem está a fim de colaborar? (Atenção, não é necessariamente para transcrever o Dispersando. É coisa para se decidir depois em conjunto, mas talvez cada um transcrever um podcast que achar interessante.)
Já temos
@fcampelo
@tipo_b
@sibelefausto
@AninhaArantes
@samir_elian
@evandrocesar
@Iago_Rodrigues
@raquelalmeida
@Palpi (nos comentários)
@feitoamao (nos comentários)
Algumas ideias iniciais:
- É preciso ter autorização prévia dos autores do podcast;
- Se os transcritores tiverem blogues próprios, eles publicam em seus próprios blogues - um blogue 'central' faz apenas o link para o texto;
- Se não tiverem, podem publicar com autores convidados dos blogues participantes do projeto ou no blogue 'central';
- No texto com as transcrições - que deve ser o mais fiel possível às falas originais - eventuais observações dos transcritores ficam agrupadas no final;
- Colocar link no topo para o podcast original (com todos os créditos devidos);
- Os nomes ou apelidos (ou pseudônimos) dos transcritores também devem constar nas transcrições;
- Sempre que necessário, a transcrição de um podcast fica dividida entre várias pessoas: cada qual responsável por um trecho (do tempo x até o tempo y);
- Pelo menos até haver um número suficiente de transcritores, pode-se fazer apenas um resumo do conteúdo e transcrição dos "melhores momentos";
A coordenadora geral do projeto é: @Be_neviani. (Quem já quiser ir botando a mão na massa pode ou escolher um podcast e fazer a transcrição ou entrar em contato com outros voluntários para dividir a tarefa.)
Upideite(29/jul/2010): A primeira transcrição já está disponível no Meio de Cultura. Valeu, Samir Elian, Aninha Arantes e Felipe Campelo.
Upideite(03/ago/2010): @samir_elian avisa que Evandro Cesar também participou da transcrição. Valeu, Evandro Cesar, também.
terça-feira, 22 de junho de 2010
Cores da Copa
A maioria das equipes utilizam uniformes com cores relacionadas às bandeiras nacionais. Mas um punhado de equipes usam cores distintas.
Alemanha. Branco, vermelho, amarelo e preto. O Império Germânico tinha as cores vermelha, branca e preta em sua bandeira até 1918.
Austrália. Verde e ouro. Não se sabe ao certo, é uma tradição das equipes esportivas usarem essas cores. Talvez seja por serem as cores predominantes da árvore-símbolo da Austrália: Acacia pycnantha, a acácia dourada (sim, também me espanta que não seja um eucalipto).
Eslovênia. Branco e verde. Cores tradicionais da capital Liubliana. Por protestos internos, a partir de 2012, a seleção eslovena deve utilizar as cores nacionais: branco, azul e vermelho.
Gana. Branco e preto. São cores nacionais secundárias. Entre 1964 e 1966, a bandeira de Gana teve uma faixa central branca e uma estrela preta.
Itália. Azul. Cor da Casa dos Savoia.
Japão. Azul e branco. Não se sabe também as origens do azul. O emblema da Japan Football Association tem um corvo, inspirado na mitologia japonesa da origem do país. E o corvo de bico grossudo é tido por gostar de objetos azuis. Teria algo a ver?
Nova Zelândia. Branco e preto. O time de rugby (esporte mais popular no país) é conhecido por All Black por um erro tipográfico. O time de futebol é conhecido como All White. Talvez seja uma contraposição proposital.
Países Baixos. Laranja. Cor de Guilherme de Orange.
Alemanha. Branco, vermelho, amarelo e preto. O Império Germânico tinha as cores vermelha, branca e preta em sua bandeira até 1918.
Austrália. Verde e ouro. Não se sabe ao certo, é uma tradição das equipes esportivas usarem essas cores. Talvez seja por serem as cores predominantes da árvore-símbolo da Austrália: Acacia pycnantha, a acácia dourada (sim, também me espanta que não seja um eucalipto).
Eslovênia. Branco e verde. Cores tradicionais da capital Liubliana. Por protestos internos, a partir de 2012, a seleção eslovena deve utilizar as cores nacionais: branco, azul e vermelho.
Gana. Branco e preto. São cores nacionais secundárias. Entre 1964 e 1966, a bandeira de Gana teve uma faixa central branca e uma estrela preta.
Itália. Azul. Cor da Casa dos Savoia.
Japão. Azul e branco. Não se sabe também as origens do azul. O emblema da Japan Football Association tem um corvo, inspirado na mitologia japonesa da origem do país. E o corvo de bico grossudo é tido por gostar de objetos azuis. Teria algo a ver?
Nova Zelândia. Branco e preto. O time de rugby (esporte mais popular no país) é conhecido por All Black por um erro tipográfico. O time de futebol é conhecido como All White. Talvez seja uma contraposição proposital.
Países Baixos. Laranja. Cor de Guilherme de Orange.
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