O jornalista Alexandre Garcia falou uma enorme bobagem sobre a questão da gravidez de mulheres soropositivas. Causou respostas bastante fortes de algumas entidades relacionadas aos direitos civis e de combate à Aids e uma dura "nota de esclarecimento" emitida pelo MS. Manifestações contrárias já haviam sido feitas em outra oportunidade em que o jornalista emitiu opinião parecida.
Infelizmente, Garcia apenas reflete uma opinião desinformada que há na população. Estranho que, como jornalista, não tenha se dado ao trabalho de buscar estudar a questão - ainda mais que não é a primeira vez.
Já disse em outras ocasiões - personalidades continuam a ser seres humanos e as suas falhas devem ser entendidas pela óptica da falibilidade de nós, humanos, mas também podemos, sim, cobrar retificações e tanto mais quanto maior a visibilidade da personalidade.
Um ponto que precisa ser entendido muito bem é que há uma diferença significativa entre *orientação* e incentivo. Do contrário, o que diriam Garcias da vida então, de programas de aconselhamento genético, em que as chances de transmissão de doenças de componentes genéticos ficam em torno de 25%? Os orientadores mostram os riscos e, quando os há, os modos de minimizá-los - sendo transparentes nas informações disponíveis: a decisão final é sempre dos pais. A responsabilidade dos orientadores é que qualquer que seja a decisão do casal - ou da mulher - ela seja uma decisão *informada*. Isso *não* é estimular. (Estímulos seriam, p.e., dar descontos nos impostos para que os casais tenham filhos. Ou mesmo dizer que eles devem ter filhos.)
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domingo, 9 de maio de 2010
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Tudo por 1,99
Será que a Danuza Leão leu este estudo do IBGE?
"IBGE divulga Indicadores Demográficos e de Saúde
No Sul e Centro-Oeste, o início da transição da fecundidade ocorre a partir do início da década de 70, enquanto no Norte e Nordeste, apenas no início da década de 80. O declínio manteve-se nas décadas seguintes, chegando à estimativa de 1,99 filho em 2006 - um declínio vertiginoso em 30 anos em relação a países desenvolvidos, que demoraram mais de um século para atingir patamares similares."
Se não no IBGE, ao menos na Folha Online?
Palavras da Danuza Leão na Folha de São Paulo em 19/jul/2009: "Está mais do que na hora de lei limitar a dois o número de filhos, e quem ultrapassar não ter mais Bolsa Família".
1,99 filho por mulher, estamos *abaixo* da taxa de reposição de casais. Daqui a pouco o Bolsa Família deverá, não punir quem tenha mais filhos, e sim *premiá-lo* - como já fizeram no Japão e a Espanha:
Contra crise, Espanha adota o 'cheque-bebê'
Queda no número de crianças preocupa Japão
-----------------
Ok, vou ser preconceituoso, mas tá mais do que na hora dos membros das zelites abrirem o bico só para falar de música, moda, etiqueta, alta gastronomia... e quem sair disso não ter mais Bolsa Louis Vuitton ou Hermès. Deixem as políticas sociais para os especialistas. Vai um cabernet sauvignon, aí?
"IBGE divulga Indicadores Demográficos e de Saúde
No Sul e Centro-Oeste, o início da transição da fecundidade ocorre a partir do início da década de 70, enquanto no Norte e Nordeste, apenas no início da década de 80. O declínio manteve-se nas décadas seguintes, chegando à estimativa de 1,99 filho em 2006 - um declínio vertiginoso em 30 anos em relação a países desenvolvidos, que demoraram mais de um século para atingir patamares similares."
Se não no IBGE, ao menos na Folha Online?
Palavras da Danuza Leão na Folha de São Paulo em 19/jul/2009: "Está mais do que na hora de lei limitar a dois o número de filhos, e quem ultrapassar não ter mais Bolsa Família".
1,99 filho por mulher, estamos *abaixo* da taxa de reposição de casais. Daqui a pouco o Bolsa Família deverá, não punir quem tenha mais filhos, e sim *premiá-lo* - como já fizeram no Japão e a Espanha:
Contra crise, Espanha adota o 'cheque-bebê'
Queda no número de crianças preocupa Japão
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Ok, vou ser preconceituoso, mas tá mais do que na hora dos membros das zelites abrirem o bico só para falar de música, moda, etiqueta, alta gastronomia... e quem sair disso não ter mais Bolsa Louis Vuitton ou Hermès. Deixem as políticas sociais para os especialistas. Vai um cabernet sauvignon, aí?
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