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quarta-feira, 31 de março de 2010

A Secretaria de Estado dos EUA também não sabe ler

Não é apenas a PM de São Paulo que não responde ao que foi efetivamente perguntado. A Secretaria de Estado dos EUA também tergiversou.

Eu havia perguntado, pelo formulário no sítio web deles, se era verdade o que foi publicado no jornal The Times que a Secretária de Estado Hillary Clinton considerava "risivelmente ingênuas" as ambições de paz do Presidente Lula para o Oriente Médio.

Eles "responderam" assim:
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"Laughably naive" [Incident: 100322-000012]‏
De: U.S. Department of State (usdeptstate@xxx)
Enviada: quarta-feira, 24 de março de 2010 15:31:30
Para: rmtakata@xxx

Recently you requested personal assistance from our on-line support center. Below is a summary of your request and our response.

If this issue is not resolved to your satisfaction, you may reopen it within the next 7 days.

Thank you for allowing us to be of service to you.

Subject
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"Laughably naive"

Discussion Thread
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Response (Support Agent) - 03/24/2010 02:31 PM
"The conflict with the Palestinians and with Israel’s Arab neighbors is an obstacle to prosperity and opportunity for Israelis, Palestinians, and people across the region." -Secretary of State Hillary Rodham Clinton

Secretary of State Hillary Rodham Clinton addressed the 2010 American Israel Public Affairs Committee Policy Conference at the Washington Convention Center. Secretary Clinton discussed the shared challenges that the United States and Israel face, the importance of the relationship, and the Obama Administration’s commitment to Israel’s security. Secretary Clinton said, “The United States has long recognized that a strong and secure Israel is vital to our own strategic interests. And we know that the forces that threaten Israel also threaten the United States of America. And therefore, we firmly believe that when we strengthen Israel’s security, we strengthen America’s security.”

Secretary Clinton also discussed the strategic threat that a nuclear-armed Iran poses to Israel and the region at large. She also explained America’s attempts to engage Iran directly in an attempt to foster greater understanding and cooperation. Secretary Clinton said, “We’ve made extensive efforts to reengage with Iran, both through direct communication and working with other partners multilaterally, to send an unmistakable message: Uphold your international obligations. And if you do, you will reap the benefits of normal relations. If you do not, you will face increased isolation and painful consequences.”

Secretary Clinton emphasized Middle East Peace stating, “Iran is not the only threat on the horizon. Israel today is confronting some of the toughest challenges in her history. The conflict with the Palestinians and with Israel’s Arab neighbors is an obstacle to prosperity and opportunity for Israelis, Palestinians, and people across the region. But it also threatens Israel’s long-term future as a secure and democratic Jewish state.”

Please visit our website at www.state.gov for Secretary of State Clinton's speeches and Department publications.

Thank you for contacting the U.S. Department of State.

Question Reference #100322-000012
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Category Level 1: Secretary of State
Date Created: 03/22/2010 01:06 AM
Last Updated: 03/24/2010 02:31 PM
Status: Solved


[---001:002468:38008---]

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quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Cruz e credo

Não que minha opinião importe (não importa)...

Não vou falar muito da questão da remoção dos símbolos religiosos dos órgãos públicos: o auê atual foi pela ação do MPF de São Paulo (mas decisão similar já havia sido tomada pelo MPE de Piauí). Só duas coisas.
1) Acertadamente no caso do Piauí falaram das entidades por trás do pedido (diversas organizações sociais de direitos civis: Liga Brasileira de Lésbicas, Católicas pelo Direito de Decidir e por aí vai), no caso de São Paulo não falaram do Brasil para Todos (organização da qual sou membro - mas não faço parte da diretoria). Não entendo bem os motivos (quando do julgamento pelo CNJ de questão similar, falaram que era uma petição do BpT).
2) Quase todas as críticas foram bem resumidas pelo jornalista Reinaldo Azevedo em seu blogue no sítio da Veja: aqui, aqui e aqui. E foram muito bem respondidas aqui. Portanto, por ora, não tenho mais nada a acrescentar ao tema.

O ponto é ligeiramente diferente. É o discurso de Lula em reunião com os presbiterianos pelos 150 de sua igreja no país. O que disse o molusco-mór (não tomem esse epíteto como necessariamente negativo, é antes jocoso do que depreciativo), segundo a Folha Online:
"O presidente defendeu que toda criança tenha formação religiosa. Para ele, a religião pode manter os jovens longe da violência e delinquência. 'Com mais religião, o mundo seria menos violento e com muito mais paz.'"
Noves fora a questão da laicidade estatal: qualquer cidadão tem o direito de expressar sua religiosidade (já falei isso em uma postagem sobre os jogadores de futebol), mas aqui quem está a falar é o presidente da república; já tem a questão do tal acordo (concordata) com o Vaticano -, podemos analisar também sob o ponto de vista da consistência do discurso... Há não muito tempo dizia o mesmo cefalópodo (também sem ofensas necessárias), segundo O Povo:
"É preciso acabar com a hipocrisia religiosa de não permitir que temas importantes como este [educação sexual] sejam tratados à luz do dia."
Mr. Silva mesmo disse que preferia ser uma metamorfose ambulante. Apenas que ele troca de discurso muito facilmente para certas coisas - e não apenas no sentido de mudar de opinião, de se transformar, é algo que se cola ao oportunismo, um discurso para cada platéia. E a patuléia (sensu Elio Gaspari) parece adorar.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Embromation Society: O que eu falo não se escreve...

O governo precisa urgentemente melhorar sua comunicação. Suas falas e declarações à imprensa (mídia) tem gerado polêmicas e obrigado a desmentidos/esclarecimentos sobre o que sai publicado.

Primeiro a confusão sobre os 10% de analfabetos em São Paulo. Até o jornalista Marcelo Leite (mais da área de ciências do que de educação ou de política stricto sensu) se meteu no imbróglio, discutindo com o Secretário de Imprensa o que se disse, o que se escreveu, o que se quis dizer com o que se disse...

Agora o Ministro da Justiça Tarso Genro sobre o que significa o apoio do Presidente Lula à candidatura da Ministra da Casa Civil Dilma Rousseff à presidência. Obstáculo, handicap*, vantagem...

As emendas acabam soando como desculpas esfarrapadas. Ainda que eventualmente tenham mesmo querido dizer o que dizem que quiseram dizer. E não o que parece que disseram. (Eu sempre vou me lembrar dos "recursos não contabilizados" do então tesoureiro do PT Delúbio Soares à época do escândalo do Mensalão, para se referir a caixa dois. Aliás, a admissão do caixa dois - um crime financeiro por si mesmo - soava como uma desculpa esfarrapada para a origem do dinheiro do chamado valerioduto.)

Talvez umas aulinhas de português com a Madame Natasha?


*O ministro ter usado o termo handicap dá margem também a algumas insinuações maldosas.

Vejamos como o titio Houaiss define as acepções possíveis do termo:

s.m. 1 desp em corridas e outras competições, vantagem que se concede a um ou mais competidores (pessoa ou animal) para compensar deficiências de sua parte e igualar as possibilidades de vitória de todos 2 fig. qualquer desvantagem que torna mais difícil o sucesso 3 deficiência física ou mental que dificulta as atividades normais de uma pessoa

A acepção 3 pegaria *muito* mal. A acepção 2 foi a interpretação do jornal El País e é a mais natural, já que, depois de dizer que Dilma Rousseff era uma boa candidata e ser boa gestora, o ministro saca um "pero". O ministro diz que é a acepção 1, porém essa vantagem é para *compensar* deficiências - não é algo que faz com que o competidor seja o franco favorito. Mas ele se vale do fato de que é mesmo muito comum o emprego errôneo do termo aqui no Brasil - sobretudo por empresas de consultoria e pessoal de auto-ajuda.