segunda-feira, 6 de julho de 2015

Empurroterapia da Bayer para crianças

A ideia de se vender suplemento vitamínico para crianças já me é muito bizarra. Mas, oquei, pode servir para situações específicas de carência vitamínica - como escorbuto - sob recomendação médica.

A ideia de que medicamentos tenham alguns atrativos para crianças, como xaropes com gosto de framboesa, para fazer com que elas tomem, é oquei para mim. Basta ver como óleo de fígado de bacalhau, de rícino e pílulas de creosoto não são exatamente um sucesso de público entre a petizada - nem mesmo entre os já crescidos. Mas deveria parar por aí. Xaropes não devem vir em embalagens do tipo suco, pílulas não devem vir como balinhas, suspensões oleosas não devem ser vendidos como achocolatados...

Redoxitos, versão infantil de Redoxon, suplemento de vitamina C da Bayer, faz um combo quase completo do que deveria horrorizar pais responsáveis em matéria de apresentação e comercialização de medicamentos infantis.

Pode-se alegar que suplementos vitamínicos não são medicamentos. Bem, não sendo medicamento, já estando bem provado que vitamina C *não* é eficaz na prevenção de gripes e resfriados, e muito menos de câncer, e a ingestão de vitamina C pelos alimentos é mais do que o suficiente para evitar o escorbuto, acrescenta-se outra objeção ao produto: é um desperdício de dinheiro - e não é pouco: R$ 25 por um pacote de 12 unidades. Os únicos usos comprovados de vitamina C industrial ésão como medicamento, portanto: no tratamento de escorbuto e no alívio de sintomas de gripes e resfriados (não em sua prevenção, como já dito).

Na forma de balinhas de goma, Redoxitos faz crianças associarem medicamentos a doces. Um forte incentivo à automedicação.

Mas esperem, não é só isso, não é apenas ineficaz para o que se propõe, não apenas incentiva a automedicação em crianças, agora vem com... brinde com tema do novo filme da Disney/Pixar: DivertidaMente. Medicamento não é doce. Não é algo que deveria ser objeto de incentivo consumista. Ainda mais, creio que seja um consenso social mesmo em uma sociedade capitalista, para crianças.

Já está mais do que na hora de a Anvisa e o Conar darem uma chamada na Bayer - e na Disney.

Aliás, a Disney está dando mais bola fora do que a seleção brasileira de futebol. Vide o caso Spunch, produto da Cereser voltado para crianças que imita champanha.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Capelinha de melão: não espalhe desinformação

Esqueça aquela bobagem de que é tradição fazer uma capela (altar) pro São João escavada em um melão e enfeitada com cravo, rosas e manjericão.
Na Revista do Instituto Historico e Geographico Brazileiro, Volume 116, ano 1908, o Dr. Fancisco Augusto Pereira da Costa nos explica em sua monografia sobre o Folclore Pernambucano.
"Os festejos de S. João entre nós, remontam-se, acaso, aos primórdios de nossa colonização, na primeira metade do século XVI.
Como data mais remota averiguada da sua prática, encontramos o ano de 1603, porquanto, narrando Fr. Vicente do Salvador as ocorrências da nossa vida histórica naquele ano, refere que os índios acudiam a todos os festejos portugueses - 'com muita vontade, porque são muito amigos de novidades, como no dia de São João Batista, por causa das fogueiras e capelas'.
Essas capelas têm ainda muita voga entre nós nos festejos do campo principalmente, e constituem-nas ranchos de homens e mulheres, coroadas de capelas de flores e folhas, percorrendo, alegres, as estradas e ruas dos povoados, quando na abençoada noite vão devotos ao milagroso banho cantando uma toada que tem por estribilho os conhecidíssimos versos:
Capelinha de melão
É de São João,
É de cravos, é de rosas,
É de manjericão
Estes versos são, talvez, reminiscências de uns outros do velho romance português Dom Pedro Menino, ainda hoje cantado na Ilha de S. Jorge, e cujos versos são assim lançados:
Já os linhos enflorescem,
Estão os trigos em pendão,
Ajuntam-se as moças todas
No dia de São João.
Umas com cravos e rosas.
Outras com manjericão.
Aquelas que não o tiverem
Tragam um verde limão.
Outrora, quando esses bandos de capelistas percorriam alegres as ruas do Recife, encaminhavam-se, de preferência, para o banho da Cruz do Patrão, no istmo de Olinda, cujas águas, quer as do mar, de um lado, quer as do rio Beberibe, do outro, gozavam na noite de S. João da particular virtude de dar felicidades e venturas, porque segundo a trova portuguesa desvendando-nos o tradicional costume:
Nessa noite é benta a água,
Para tudo tem virtudes.
[…]
Segundo uma legenda popular, vulgaríssimo entre nós, São João nutre o mais ardente desejo de descer à terra no seu dia, a cujos intentos, porém, Deus se opõe, fazendo-o dormir profundamente durante todo esse dia. […]
E é por isso que a divina vontade oculta ao santo o seu dia, porque, baixando ele à terra, conclui a legenda, se ensoberbeceria por tal modo com as festas celebradas em seu louvor que se perderia!
E em vão clamam e suplicam os capelistas ao santo a despertar, cantando:
Acordai, acordai,
Acordai, João;
Ele está dormindo,
Não acorda, não.
” Pp. 180-3
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Câmara Cascudo, L. 1967. Folclore no Brasil: Pesquisas e Notas. Ed Fundo de Cultura. 252 pp.
"Há um baile pastoril, 'Capelinha de Melão', encenado na noite de 23 para 24 de junho, ainda vivo no Nordeste mas certamente existente noutras paragens. Compõe-se de um grupo de moças, em número par, comumente 12, 14, 20, vestidas e calçadas de branco, com um capelinha feita das flôres de melão-de-são-caetano (Momordica charantia, Linneu), ao redor de um diadema ornado de papel crêspo, coroando-as artìsticamente. Ensaiam dois meses e na noite aprazada dirigem-se para um tablado ao ar livre dispostas em duas alas, cada figurante com uma larga tira de papel crepom encarnada ou azul (outrora de cetim), partindo do ombro esquerdo e findando por um laço vistoso na cintura." P: 32
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Ou seja, a tal "capelinha de melão" nada mais é do que a coroa de flores feita de flores e folhas de uma planta, o melão de são caetano e também o nome do grupo de moças que cantam em festejo a São João usando essa coroa. Cravo, rosas e manjericão se referem ao hábito do banho utilizando-os como perfume.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Redução da maioridade penal: lá vamos nós outra vez

Já abordei o tema da redução da maioridade penal aqui: sobre a falsidade da premissa de que o ECA permitiria a liberdade de menores sociopatas, e algumas considerações gerais sobre a proposta da redução da maioridade penal.

O tema volta à baila pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovar a admissibilidade da PEC que reduz a maioridade penal para 16 anos. Não é a primeira bizarrice inconstitucional a que a CCJ dá ok (embora alguns ministros do STF pareçam entender que haja a admissibilidade - cuidado! contém paywall poroso). Para o ex-presidente do STF, Carlos Velloso (cuidado! também contém paywall poroso), a redução serviria para inibir a participação de jovens no crime. Esse é um dos principais argumentos dos defensores da medida.

Segundo a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça, 0,9% dos crimes totais são cometidos por jovens entre 16 e 17 anos. Alguns bradam que esse número, por si só, não significa muita coisa, pois está a se comparar uma faixa estreita de dois anos contra toda a faixa de adultos acima de 18 anos. Bem, aí é só comparar a população. Por interpolação linear sobre os dados do IBGE, pessoas entre 16 e 17 anos são 4,45% da população brasileira. Temos claramente uma *sub*representação de adolescentes nos atos criminais. Na população carcerária, de acordo com o anuário estatístico do MJ de 2012, pessoas de 18 a 24 anos, que são 13,49% da população em geral, representam 29,9% dos encarcerados. Para 25 a 29 anos, os números são 8,96% na população contra 26,2% no cárcere; 30 a 34, 17,9% contra 8,25%; 35 a 44 anos, 16,2% contra 14,1% e acima de 45 anos, 7,2% contra 26,65%.

Oras, o que vemos? Quando o jovem passa deé adolescente - e, portanto, inimputável à luz da legislação atual - ele comete muito *menos* crime proporcionalmente ao seu número absoluto na população. Dos 18 aos 24 anos, quando são plenamente responsabilizados por crimes, estão *super*representados. Cadê o efeito inibidor da maioridade penal?

Claro, a questão é mais complexa. Que tal se virmos por este ângulo? No Brasil, ao atingir a maioridade aos 18 anos, o indivíduo perde uma série de *proteções* legais - não digo da inimputabilidade, mas há uma política para tentar manter os jovens nas escolas, por exemplo. Uma vez adulto, tende a haver uma cobrança para que passe a se virar sozinho.

Em vez de examinar a questão da criminalidade unicamente sob o viés punitivo, na esperança de que haja um efeito inibitório quase mágico (desmentido pelos números), que tal uma política de certa forma de *extensão* da adolescência? Ok, não exatamente isso. Mas para que as garantias legais dos programas de proteção social do menor - acesso à educação, à formação profissional, às condições dignas de vida, ao lazer, ao desporto, etc. - sejam estendidas para o jovem adulto.

Upideite(15/abr/2015): O colunista Leandro Narloch da Veja contesta o número de 0,97%. Ele dá um valor de 3,3% dos homicídios cometidos por adolescentes. Mesmo isso significa uma *sub*representação. Adolescentes de 13 a 17 anos são cerca de 6,6% da população.

terça-feira, 17 de março de 2015

PEC 412/2009. It's a trap.

Permitir à PF elaborar seu próprio orçamento? Como assim?
Sim, a PF é um órgão do estado, não de governo. Até aí *todo* o funcionalismo público é um órgão do estado, não de governo.
A proposta orçamentária da PF tem que ser alinhada com a política federal de segurança pública.
Sim, o executivo deve ouvir o pessoal da PF na hora, tanto da elaboração da política, quanto do orçamento. Mas não deve ser função da PF elaborar seu orçamento, conquanto não é função dela elaborar a política de segurança pública.
Parte da ação da PF depende, p.e., de acordos bilaterais entre governos - como certas operações em fronteiras. Digamos, que um governo tenha como política sua o combate ao narcotráfico. A política nacional será voltada - ou parte dela o será - para isso. O orçamento depende disso - se vão comprar drones, se vão comprar equipamentos de raios-X, se vão treinar cães e policiais nas novas técnicas... (e compras de equipamentos, por sua vez, também podem passar por acordos bilaterais - parceiros comerciais preferenciais, transferência tecnológica e coisas assim).
Se a questão é de evitar cortes orçamentários à PF, é mais caso de uma PEC que proíba o contingenciamento de verbas destinadas ao órgão.

domingo, 15 de março de 2015

Pra onde vão os protestos antigoverno? (Não sei.)

Bem, pelo menos um (e, dentre os que vi, só um) dos que participaram entendeu que as manifestações são eminentemente da classemédia (e, por conseguinte, no Brasil, branca) urbana.

Alguns postaram fotos de manifestantes negros e alguns negros na favela. Como réplica à afirmação de que *só* a classemédia branca participou é válido. Como tentativa de dizer que os protestos abarcam um amplo espectro socioeconômico é falha. Tão falha quanto casos anedóticos de cura do câncer por oração, homeopatia, beberagens, imposição das mãos, essas coisas.

O fato de ser, sim, um movimento classemédia urbano não significa que é ilegítimo, que os manifestantes não possam protestar, nem que não precisem ser ouvidos.

Mas é preciso ficar claro que é um corte. O Brasil é *mais* do que esse corte. *Outros* setores igualmente legítimos e mais numerosos também precisam ser ouvidos.

E essa é a falha fundamental que vejo nos governos Rousseff. Diálogo de modo amplo e, mais particularmente, com os movimentos sociais. A maior proposição de diálogo foi motivo de chacota e críticas - não apenas fruto de mal entendido (de que a presidenta teria proposto diálogo com grupos terroristas).

Há quem veja as manifestações da classemédia como algo ao fim das contas positivo - pressionaria o governo PT a agir. Eu, sem qualquer menção de restringir o direito à manifestação, tenho tendido a discordar. No fim, as manifestações acabam tendo um resultado negativo.

Não têm promovido o diálogo nacional. Sim, a culpa é da presidenta e do governo, mas não apenas dela. Há sinais de intolerância no movimento - sim, não apenas nele -, as hostilidades aos que pensam o oposto, ainda que não sejam a atos da maioria, estão ali no meio e estão acolhidos. Ok, legal, não acolheram no Rio as boçalidades de um certo deputado, mas as faixas pedindo golpe militar ("intervenção militar") estavam lá. Um movimento que quer nada menos do que a cabeça (metafórica, em sua maioria) da presidenta deixa pouco espaço para o tal diálogo.

Pro governo federal, lógico, impeachment é impensável. Ou mesmo a renúncia. Da pauta minguada dos protestos, o que se pode salvar? Corrupção? Os que foram implicados pelos depoimentos da Operação Lava Jato (vulgo Petrolão) já estão sendo investigados. Em 2013, Dilma Rousseff sancionou lei de autoria do próprio executivo (em 2010) que endurece penas de corrupção empresarial (e aplicadas nas prisões da Lava Jato). Agora o governo fez a proposta, já apresentada durante a última eleição presidencial, de fim das doações empresariais às campanhas políticas. O STF já decidiu pela proibição (está 6 x 1), mas, há quase um ano, o Ministro Gilmar Mendes pediu vistas e não devolve o processo para que a decisão seja proclamada e passe a valer. Os manifestantes anticorrupção encamparão a proposta? Pedirão a Gilmar Mendes para dar logo de uma vez seu voto? (Ainda acho que a parcialidade da indignação com a corrupção - por exemplo, poucos dos manifestantes de São Paulo cobram o governo estadual pela corrupção nas licitações dos trens e metrôs; em Belo Horizonte não havia tanta preocupação com o Mensalão Tucano/Mineiro - abrem margem pra questionamentos sobre a sinceridade da demanda.)

Deve-se ter em mente também que adianta pouco mirar apenas o Executivo Federal. Na medida em que os protestos arranham a popularidade da presidenta, eles a enfraquecem. Um presidente enfraquecido pode pouco diante de um Congresso, se não hostil, não muito colaborativo. Não é que se deva, então, apoiar a Presidência. Mas, sim, pressionar *também* o Congresso no sentido das reformas desejadas.

Mas aí está o problema. Quais as reformas desejadas? Há alguma certa união, ao menos nos estratos sociais mais altos, na insatisfação com a política atual. Porém se os protestos são fortes em sua pauta negativa: "não", "chega", "basta", "fora"; são relativamente pobres na pauta positiva: "pela proposta tal", "aprovem a lei" (o que, claro, não servem na forma "pela proposta de defenestração do governo", que é só uma reformulação da pauta negativa). Antes havia cartazes com o pedido de "voto distrital" - é uma proposta positiva (com a qual não concordo, mas é uma proposta) -, nestes protestos de 15 de março, se havia, ficaram um tanto ocultos.

Porém, como dito antes, é preciso reconhecer que há outra parte. Igualmente legítima em pleitear por mudanças e reformas (ou mesmo por pedir a continuidade do projeto atual). Protestos são importantes, não obstantes, uma hora é preciso sentar na mesa de negociações.

Uma atitude do tipo: "ou sua cabeça ou nada" provavelmente renderá poucos frutos - ou até péssimos frutos se se deixarem rolar os pedidos de "intervenção" militar.

Negociarão? Não sei. Mantendo-se os ânimos acirrados, suspeito que não.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Médicos e profissionais de saúde obrigados a declarar CPF de clientes. O que pode dar errado?

A Receita Federal tornou a fiscalização de declaração de despesas médicas e de saúde e agora exige de profissionais como médicos, dentistas e psicólogos a inclusão do CPF (cuidado! contém paywall poroso) de seus clientes/pacientes em suas declarações.

Suponhamos que os governos não persigam seus desafetos a partir de informações desse tipo: p.e. deduzir algum fato embaraçoso sobre a vida sexual de alguém com base nos médicos que consultou e nos antibióticos que comprou (a venda de antibióticos já é controlada).

O que poderia dar errado?

Isto poderia dar errado. CDs (agora deve ser pendrive ou arquivos pra baixar na internet) com declarações de IR são facilmente encontrados por aí à venda.

Planos de saúde terão quase todo o histórico de saúde anterior de seus prospectivos clientes; empregadores terão a mesma informação: "Ih, esse daí é pinel; foi no mesmo psiquiatra que tratou daquele assassino em série".

Mas mesmo que: 1) governos não usem essas informações contra os cidadãos além de fiscalização tributária (Snowden e NSA alguém?); 2) esses dados não caiam em mãos erradas (ok, e você também pode comprar esta escritura para terreno na Lua por módicos R$ 1.200.000); não me sinto nem um pouco confortável em que algum operador desconhecido possa ter acesso a esse tipo de dados.

Não bastasse isso, é uma violação inaceitável de sigilo profissional e privacidade. Espero que o procedimento seja derrubado na Justiça e que outro mecanismo de fiscalização seja aventado. Se nenhum outro for possível, lamento, terão que fazer o que fizeram até aqui: continuar confiando na palavra dos profissionais.

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Expulsão de Cássio: Dissecção de uma injustiça

O goleiro Cássio foi vítima de uma arbitragem arbitrária no clássico deste domingo contra o Parmera, na segunda partida do Corinthians pelo Paulista 2015. (1 x 0 pro Timão em cima do Guarani da Capital em plena Allianz Parque.)

Depois de um amarelo discutível por amarrar ele mesmo as chuteiras - claro, tirando as luvas - sob a alegação de que estaria atrasando o jogo; um outro amarelo, também sob alegação de cera, resultou na expulsão do arqueiro em uma reposição de bola, quando ele foi buscar outra, enquanto uma já havia sido lançada a campo pelo gandula. Se o guarda-redes alvinegro tivesse feito de propósito, ok, o amarelo seria justo. Mas o vídeo mostra claramente que Cássio não viu a bola jogada pelo apanha-bolas em nenhum momento antes de lançar a campo ele mesmo a outra que ele foi buscar.


Quando o "ball boy" (nem tão boy assim) joga a bola extra, Cássio está de costas para ele, virado para o centro do campo, discutindo com alguém (1s no vídeo). A bola para sobre a linha da pequena área e Cássio volta, de costas, apontando para a lateral direita dele (7s). Ele começa a virar a dois passos da bola, ainda olhando para a frente (8s). Passa pela bola, também sem olhar para baixo (9s). Vira rapidamente a cabeça para a linha de fundo e vai buscar a outra bola. (10s) Ele pega a bola do fundo, olhando para ela e voltado para o lado. E já inicia o movimento de lançá-la para o campo (15s). Só aí que ele deve ter visto a bola já dentro de campo (16s).

Homenagem ao bom doutor anticorintiano e torcedor do 5PFW (mais anticorintiano do que sampaulino) @Karl_MD - que considera o Cássio tão bom que deve ver até o que acontece às costas dele ou tem um sentido de aranha que localiza as bolas sem vê-las.

Upideite(09/fev/2015): @carloshotta Aventa a possibilidade de Cássio dever ter consciência de que o gandula iria repor a bola e deveria procurá-la antes de buscar outra. Em entrevista à ESPN, o apanhador diz: "quando não é tiro de meta nem nada a gente repõe pra ele [o juiz] possa fazer o jogo andar normal". E Fernando Prass ao programa Bate Bola 2a. edição da ESPN (de hoje) fala que o gandula no Allianz Parque repõe a bola com maior ou menor rapidez de acordo com o jogo (se o time da casa está vencendo, nem joga a bola no campo): coisa, aliás, que ocorre em qualquer lugar.