Em setembro de 2007, Ali Kamel escreveu em O Globo um artigo detonando o livro Nova História Crítica. Com certa razão denunciava uma doutrinação ideológica de esquerda na obra didática voltada para alunos da 8a série (atual 9a).
Exemplares do Nova História Crítica foram comprados pelo MEC no PNLD e distribuídos às escolas públicas mediante solicitação dos professores. O ex-ministro da educação no governo FHC, Paulo Renato Souza disse: "Deveria ser montada uma comissão do MEC para uma olhada geral nos livros aprovados, porque tem muito professor que faz bobagem". Paulo Renato ainda entrou com representação na PGR para que o livro fosse retirado de circulação e disse ainda: "Quando nós, do PSDB, estávamos no governo, evitávamos vieses ideológicos na escolha dos livros didáticos. Essas diferenças devem ser respeitadas, mas, infelizmente, estamos vendo que a prática se perdeu com o tempo" e mais: "As conseqüências podem ser graves porque acabam sendo inculcadas idéias equivocadas sobre o mundo na mente das crianças e adolescentes".
Acontecia que o livro havia sido aprovado nos anos de 2000 e 2001 - com ressalvas. Durante a gestão do próprio Paulo Renato Souza à frente do MEC. Mas, ok, como ainda era comprado durante o governo Lula, trata-se de um erro compartilhado. O livro acabou sendo reprovado na nova avaliação e saiu da lista do MEC - mas continou a ser utilizado até a realização de novas compras.
Em 2009, na gestão Serra à frente do governo do estado de São Paulo, um livro produzido pela Fundação Vanzolini saiu com vários erros - em particular na parte de geografia: com um mapa da América do Sul com dois Paraguais e nenhum Equador. A secretária de educação caiu e, em seu lugar, Paulo Renato Souza assumiu. De lá para cá ocorreram mais alguns contratempos nos livros didáticos distribuídos aos estudantes da rede estadual: livros para a 3a série do fundamental com palavrão, textos com conotação sexual e frases de duplo sentido; ainda para a 3a série um outro livro com coletâneas de poesias com versos como "nunca ame ninguém. Estupre". Para a 6a série, um livro considerado erótico, mas que a secretaria de educação defende ser adequado aos alunos.
Erros acontecem, mesmo muitos erros. Mas Paulo Renato Souza paga agora pela língua.
sexta-feira, 29 de maio de 2009
The Book is on the Table: as voltas que o mundo dá
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