sexta-feira, 7 de março de 2014

A Ucrânia é aqui

Temos nossas criméias - ainda que não para adesão a potências estrangeiras.


Aparentemente basta criar subdivisões internas em um país para gerar um sentimento de separatismo (autodeterminação + preconceito ao estrangeiro). Podem ser subdivisões completamente arbitrárias - sem levar em conta questões de geografia física e humana (digamos, uma grande de longitude e latitude).

Uma série de experimentos liderados pelo psicólogo Muzafer Sherif entre as décadas de 1950 e 1960 mostrou como surgem essas rivalidades bairristas. Estudantes de 11 anos com as mesmas características socioeconômicas foram designados aleatoriamente para um de dois acampamentos (acantonamentos?): os Águias e os Cascavéis - no Parque Estadual Robbers Cave de Oklahoma. Colocou os dois grupos para competirem entre si por medalhas e em pouco tempo os pesquisadores observaram surgir comportamentos de preconceitos entre os alunos direcionados a membros de acampamentos rivais. Colocados em contato, a carga de preconceito tendeu a aumentar. Só diminuindo quando tarefas de *cooperação* mútua foram designadas.

Será que se designássemos as subdivisões internas por letras e/ou números, as pessoas perceberiam que se tratam apenas de organizações para conveniência administrativa? "Eu sou 1Aense acima de tudo." "Os QZ36 são os melhores!" Talvez não. No tempo de escola tinha aquilo de que a "oitava série A" seria melhor do que a turma B.

Só nos resta mesmo a cooperação.

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