Em relação à nota do SPFC sobre a exclusão do Morumbi da Copa 2014, há vários pontos, como direi, pouco sérios.
Diz a nota do SPFC: "Diante disso, tomou a iniciativa de contratar a elaboração de um novo Projeto, totalmente aderente às exigências da FIFA para jogos de Copa do Mundo, mas sem os excessos demandados para o Jogo de Abertura. Apresentou ainda, um Plano de Viabilidade Financeira, que estava sim, ao contrário do que se pretendeu alegar, suportado por sólidas garantias prestadas por empresas do porte da Construtora Camargo Correa, da VISA, do Banco Rendimento e da Phillips.
O Projeto, o Plano de Viabilidade e as garantias foram protocoladas junto ao Comitê Paulista em 14 de junho de 2010, ou seja, absolutamente dentro do prazo de 30 dias concedido pela FIFA/LOC na carta recebida pelo São Paulo em 14 de maio de 2010. "
Só que esse plano de viabilidade se refere a um projeto novo e não ao que foi enviado e aprovado em 14 de maio que é ao que se refere a nota do COL/Fifa. A iniciativa partiu do próprio SPFC de criar um novo projeto - iniciativa que não foi demandada pelo COL/Fifa.
Aliás, o amadorismo da diretoria do SPFC é demonstrado em um parágrafo anterior:
"Ao enviar o Projeto imposto pela FIFA/LOC para realizar a Abertura, recebeu como resposta que estava qualificado para a semifinal. Ao orçar tal Projeto, constatou que o preço da empreitada ficaria em R$ 630 milhões, valores absolutamente não recomendáveis para serem assumidos por um clube de futebol nesse cenário de absoluta insegurança sobre o seu papel na competição."
Como é que enviam um projeto - que é um tipo de compromisso assumido - pra depois fazer o orçamento? Nessas indas e vindas consumiram-se cinco projetos e dois preciosos anos. Não é de se admirar que o COL/Fifa tenha perdido a paciência. Aí o SPFC reclama:
"Uma nota claramente desrespeitosa, na medida em que ousa afirmar que o Projeto enviado pela Cidade de São Paulo para a reforma do Estádio indicado pela Cidade de São Paulo sequer 'será examinado'."
Você fecha um acordo, aí a outra parte descobre que é um valor que não pode pagar. É direito da outra parte não querer mais manter o acordo, mas não é direito dela ficar chorando que você não quer examinar a sexta proposta.
Tenha santa paciência! Ah, e a nota segue com o cúmulo do cinismo:
"O São Paulo se tranqüiliza ao constatar as seguidas manifestações do Governo do Estado e da Prefeitura no sentido de que não realizarão investimentos públicos para a construção de novas arenas, até porque entende que tal manifestação significa que também não haverá investimentos públicos para prover infraestrutura para estádios privados geridos com a finalidade de servir como fonte de lucro para 'empreendedores' interessados em utilizar a oportunidade da Copa do Mundo como fonte para 'novos bons negócios'."
Como se o projeto do SPFC não contasse com investimentos públicos para prover infraestrutura - como acesso de meios de transporte e outras melhorias no entorno... (A minha vontade é mandar os caras irem catar coquinhos. Ou, como SPFC é chique: chercher petit noix.)
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