Houve, sim, vários resultados que foram fora da margem de erro anunciada, das pesquisas do dia anterior e das de boca de urna. Mas fazem parte das dificuldades inerentes às pesquisas de opinião, especialmente as eleitorais, e particularmente nestas eleições - com uma divisão mais marcada e diferença menor entre os que apoiam a continuidade do governo e os que querem um novo presidente.
Mas continuo a considerar que, de modo geral, as metodologias dos diferentes institutos são robustas. Neste 2° turno, no entanto, os resultados do Instituto Sensus estão em discrepância acentuada em relação a de outros institutos de pesquisa: Datafolha e Ibope, particularmente.
Figura 1. Resultados das pesquisas de intenção de voto para presidente - 2° turno. Datas: início dos períodos de campo.
Conforme o blogue Olho Neles do jornal mineiro O Tempo, há um problema metodológico da primeira pesquisa da Sensus: a amostragem de cidades incluiu mais cidades com mais eleitores de Aécio Neves no 1° turno. Esse viés, que não necessariamente é proposital (embora o fato do instituto de pesquisa em questão ser sediado em MG façam a delícia de teóricos da conspiração, seria uma acusação de grande gravidade dizer o contrário), parece, sim, estar influenciando no resultado. E pode ser a mesma situação da segunda rodada de pesquisa - já que a diferença persiste.
*Upideite(18/out/2014): Valor Econômico traz reportagem sobre repercussões econômicas da divulgação da pesquisa, de modo inusual, ainda com os mercados em operação no dia.
"A divulgação da pesquisa era aguardada para hoje, porém não é usual que os números saiam ainda com o mercado aberto, o que despertou a atenção dos operadores. 'Alguém ganhou muito dinheiro com isso. Não faz sentido soltar pesquisa com mercado aberto e a pesquisa mostrar uma vantagem de votos desse tamanho', disse a fonte, ao lembrar que os levantamentos feitos por Ibope e Datafolha nas duas últimas semanas apontam empate técnico na corrida ao Palácio do Planalto."
Upideite(28/out/2014): O blog Olho Neles traz informações que tornam os resultados dos institutos mineiros de pesquisa - Sensus e Veritá - muito suspeitos. Não digo que tenha havido fraude, mas o Ministério Público faria bem em dar uma olhadinha. via @kikacastro.
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