Cenário das intenções de voto para presidente até 21 de outubro de 2010:
Continuam as patacoadas, como o PSDB querendo processar institutos de pesquisa. Falaram, previsivelmente, muitas bobagens sobre os erros dos institutos sobre o resultado do 1o turno.
O que é supreendente é que a distância entre o previsto e o realizado seja tão *pequena*. Levando em consideração fatores como flutuação aleatória, o fato dos entrevistados não precisarem dizer a verdade e poderem mudar de opinião de última hora - além de errarem na hora de votar -, os resultados foram bem próximos. E mais, a tendência foi apontada corretamente - havia chances de segundo turno sim.
No twitter cravei - atenção que não era pra levar a sério (embora se baseasse em projeções dos dados dos institutos) - que daria no 1o turno por pouco (e a boca de urna do Ibope acabou dando 51%).
É preciso entender que a margem de erro não quer dizer que os dados reais sempre têm que ficar dentro dela - ela é um parâmetro estatístico em que, em sendo uma grandeza com uma distribuição chamada normal (com uma curva do tipo sino), tirando-se uma amostra do conjunto total (chamado de universo amostral), a média verdadeira do conjunto estará em 95% das amostras tomadas dentro do intervalo dado pela média +/- margem de erro.
Os institutos de pesquisa - até um tanto por falta de modelo melhor - dão uma certa forçada de barra ao calcularem a margem de erro com base em modelo de distribuição normal. Para que isso valesse, entre outros fatores, a amostragem teria que ser completamente aleatorizada - mas, em geral, os institutos - por questões operacionais - recorrem a uma amostragem estratificada (pegam um determinado número dentro de cada subconjunto do universo - por exemplo, se o Censo mostra que há y% de pessoas no Brasil maiores de 16 anos que têm renda X, pegarão tantas pessoas com renda X de modo que represente y% da amostra). Na divulgação também há uma simplificação de aplicarem uma mesma margem para todos os pontos - a margem varia de ponto a ponto de acordo com sua fração (não entrarei em detalhes aqui).
Olhando para os gráficos plotando os resultados dos institutos de pesquisa (p.e., o que publiquei nesta postagem), grosso modo, 4 p.p. seria uma melhor estimativa global de margem de erro.
Então se alguém me perguntar se eu acredito nos resultados dos institutos de pesquisa, eu direi que acredito. Apenas que não devemos interpretá-los como um resultado cravado.
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
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