O jornalista Alexandre Garcia falou uma enorme bobagem sobre a questão da gravidez de mulheres soropositivas. Causou respostas bastante fortes de algumas entidades relacionadas aos direitos civis e de combate à Aids e uma dura "nota de esclarecimento" emitida pelo MS. Manifestações contrárias já haviam sido feitas em outra oportunidade em que o jornalista emitiu opinião parecida.
Infelizmente, Garcia apenas reflete uma opinião desinformada que há na população. Estranho que, como jornalista, não tenha se dado ao trabalho de buscar estudar a questão - ainda mais que não é a primeira vez.
Já disse em outras ocasiões - personalidades continuam a ser seres humanos e as suas falhas devem ser entendidas pela óptica da falibilidade de nós, humanos, mas também podemos, sim, cobrar retificações e tanto mais quanto maior a visibilidade da personalidade.
Um ponto que precisa ser entendido muito bem é que há uma diferença significativa entre *orientação* e incentivo. Do contrário, o que diriam Garcias da vida então, de programas de aconselhamento genético, em que as chances de transmissão de doenças de componentes genéticos ficam em torno de 25%? Os orientadores mostram os riscos e, quando os há, os modos de minimizá-los - sendo transparentes nas informações disponíveis: a decisão final é sempre dos pais. A responsabilidade dos orientadores é que qualquer que seja a decisão do casal - ou da mulher - ela seja uma decisão *informada*. Isso *não* é estimular. (Estímulos seriam, p.e., dar descontos nos impostos para que os casais tenham filhos. Ou mesmo dizer que eles devem ter filhos.)
domingo, 9 de maio de 2010
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3 comentários:
Muito bem observado. Este é mais um caso de jornalista experiente que se acha dono da verdade e pode falar sobre qualquer coisa sem consultar fonte alguma. Nem mesmo a memória do próprio.
A parto do princípio também respondeu:
http://www.partodoprincipio.com.br/conteudo.php?src=cartarepudio&ext=html
Alessandra,
Pois é. Vamos ver se não ocorre uma terceira vez.
Ártemis,
Valeu pelo link.
[]s,
Roberto Takata
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