terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Regresso progressista - leitora comenta

Lola Aronovich do Escreva, Lola, Escreva comentou esta postagem:

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Post muito didático, explicando muita coisa pra quem finge não ver. Sobre a parte que me toca, há uma diferença gritante entre ser moderadora de grupo e estar numa mesa. Moderadores de grupo, pelo que me lembro, havia 6 grupos, 2 pra cada, um total de 12 blogueiros, e ainda assim, quantas eram mulheres? Duas? Três? Nas mesas, melhor nem falar. E comigo foi assim: desde que vi o número baixíssimo de mulheres, desde que os nomes começaram a ser divulgados, eu deixei um ou dois comentários no Vi o Mundo reclamando disso. No 1o comentário, fui solenemente ignorada. No 2o, a Maria Frô conversou comigo. E no final, devido a um esforço individual DELA, fui chamada. Antes mesmo disso repeti diversas vezes que blogueiros progressistas homens ignoram a existência de blogs escritos por mulheres. Quer um exemplo? Vamos ver o blogroll deles.

O Eduardo do Cidadania tem 30 blogs linkados, e quantos desses são de mulheres? NENHUM. O blog do Renato Rovai tem 13 blogs linkados. Nenhum de mulheres. O do Leandro Fortes tem 18 blogs linkados. Um é de uma blogueira, aleluia! O do Rodrigo Vianna tem 21 endereços como “sites que eu indico”. Tem um de uma mulher – o da Maria Frô. O do Miro tá cheio de “sítios” linkados. Não vou contar quantos são, mas algo me diz que os de mulheres não devem chegar a 10% (chutando alto). Preciso continuar? Ou tá uma boa amostra pra provar que, de fato, esses blogueiros que fazem parte da comissão do Blogueiros Progressistas NÃO conhecem blogs de mulheres? Ou eles conhecem, e eles só não têm o costume de linkar blogs de mulheres? E por que não, se linkam de homens? (vamos ficar na hipótese de que realmente não conhecem blogs de mulheres. É melhor do que achar que eles conhecem e simplesmente não consideram NENHUM digno de link).

Depois, quando veio a entrevista do Lula, eu demorei um monte pra me manifestar, apesar de DE CARA pensar, quando vi que não havia mulheres: "Oops, eles cometeram esse erro de novo!". E o fato é que nenhuma mulher acabou indo. Depois, muito depois, disseram ter convidado 4 blogueiras (sendo que uma não tem blog), e fico feliz que, apesar de no blogroll dessas feras não constar quase nenhuma blogueiras, eles conheçam QUATRO. Uau, quatro blogueiras inteiras! Quando as 4 disseram que não podiam ir, eles convidaram mais alguém? O processo não teve transparência nenhuma, e muita gente reclamou da falta de mulheres, porque, no ano em que elegemos nossa 1a mulher, pegou mal pacas. E muitos desses blogueiros reconheceram o erro. Eles não percebem, porém, que essa falta de mulheres nos seus blogrolls, nos eventos, nas entrevistas, não é coincidência. É consequência do seu machismo. De ignorarem blogueiras, de não quererem conhecer seus blogs. Mas eles ficam ofendidíssimos quando alguém fala de machismo. E, dessa forma, do alto da sua falta de auto-crítica, do alto de seus egos corporativistas, eles não se permitem mudar. Por isso que eu digo, desde o começo, que o episódio com Nassif não foi isolado. Aí, quando Idelber aponta o óbvio (que é preciso se inteirar sobre feminismo, ao invés de ignorá-lo), eles se unem, furiosos, pra destruir reputações. Essa é a nova mídia? Olhando daqui, parece bastante com a velha.
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