quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Homofobia e racismo

Em uma entrevista ao "TV Fama" da RedeTV!, a cantora Claudia Leitte disse: "Eu adoro gays, mas queria um filho macho". Isso parece ter aborrecido alguns grupo de defesa dos direitos dos homossexais. A mim parece exagerado dizer que se trata de uma declaração homofóbica - claro que precisaria ver exatamente o contexto em que foi dito.

Polêmica parecida foi gerada quanto a modelo Isabeli Fontanta declarou que não queria que o filho dela fosse homossexual. Vendo vídeo da entrevista dela à Hebe, também não me pareceu homofóbico. A declaração dela foi tirada de contexto. Abaixo uma transcrição segundo a Folha Online:
"Isabeli Fontana: 'É, a gente não tem que ter preconceito, mas filho meu eu não gostaria que fosse [gay]. Sim, é um mínimo preconceito... Eu adoro... Tenho vários amigos gays, amo de paixão, mas filho meu eu não gostaria que fosse'.
Hebe Camargo: 'Mas você não gostaria que seu filho fosse...'
Isabeli: 'Ô!'
Hebe: 'É, porque cria muitos problemas...'
Lugui Palhares: 'Mas... Mas se ele fosse, você teria que...'
Isabeli: 'Aceitar?'
Lugui: 'Aceitar e saber entender, porque talvez aí você vai olhar com outros olhos, de outro ângulo...'
Isabeli: 'Tentar entender, mas de outra forma? É, mas eu quero que seja...[heterossexual]"
Hebe: 'Mas é questão de opinião, é a opinião dela, o filho é dela...'
Lugui: 'Com certeza'.
Isabeli: 'Eu tinha que aprender a lidar com a situação, mas que é difícil, é, né?'"

Nos dois casos a resposta parece ter sido pior do que a declaração inicial.

Isabeli Fontana, para a Folha Online, disse entre outras coisas: "Eu vivo em um mundo gay. Convivo com gays o tempo todo. Se eu não gostasse de gays, teria escolhido outra profissão."

Já Claudia Leitte disse, segundo a Folha Online, para a Revista Junior: "Não senti nada. Eu passo pelo beco do off em Salvador. Você conhece né? Eu passo ali e eles sabem que eu sou uma traveca assim né... salto alto. Eu sou uma bicha discreta. Passo ali cantando 'It's Rainning Man', 'I Will Survive'". Agora pior mesmo foi a declaração do marido de Leitte, Márcio Pedreira, quando da entrevista para a TV Fama: "Deus me livre. Ele será bem criado."- aí, sim, há homofobia evidente.

Ainda sobre preconceito, mas agora de natureza racial, o humorista do CQC, Danilo Gentili tentou fazer uma piada no Twitter: "King Kong, um macaco que, depois que vai para a cidade e fica famoso, pega uma loira. Quem ele acha que é? Jogador de futebol?". Aqui há um preconceito grande contra os negros. Mas o pior, novamente, foi a resposta: "Alguém pode me dar uma explicação razoável por que posso chamar gay de veado, gordo de baleia, branco de lagartixa, mas nunca um negro de macaco?"; "Na piada do King Kong, não disse a cor do jogador. Disse que a loira saiu com cara porque é famoso. A cabeça de vocês que têm preconceito."O caso foi arquivado pelo Ministério Público de São Paulo, que analisou o episódio.

Pessoas famosas continuam sendo... pessoas. Falíveis como nós, mortais, somos. No entanto, dado o posicionamento de destaque que têm, é justo cobrar delas um maior cuidado em suas declarações. Claro, há que se tomar cuidado com um certo exagero patrulheiro (minha avaliação, como foi nos casos das duas beldades sobre os filhos virem a ser homossexuais).

2 comentários:

Vini disse...

A piada do Kingo Kong foi muito ruim, aliás.

none disse...

Salve, Vini,

Pois é. O Hélio de La Peña também achou sem graça:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u601611.shtml
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Mas aí ficaram naquela de buscar piadas de negros contadas pelo Casseta e Planeta... Que gaúchos também poderiam se ofender com as piadas sobre a sexualidade deles... (como se os gaúchos fossem um grupo socialmente discriminado como os negros).

Bem, mas valeu pela visita e pelos comentários.

[]s,

Roberto Takata