Imagine se o Brasil deixaria vir aqui um chefe de Estado estrangeiro discursar para a população brasileira metendo o bedelho em assuntos internos?
Imagine se o Brasil deixaria que um tal chefe de Estado estrangeiro agitasse a população a se manifestar contra seus governantes?
Não precisa imaginar. É o que o Brasil fez ao dar guarida à Jornada Mundial da Juventude, com o monarca do Estado do Vaticano discursando para uma plateia de centenas de milhares de pessoas - a maioria brasileiros - palavras de ordem como "não sejam covardes, joguem no ataque e saiam às ruas" e crítica a políticas locais como a pacificação de favelas.
E não apenas deu guarida como bancou com o dinheiro público. E não pouca coisa. R$ 350 milhões (ou mais, pela mudança de última hora do local de vigília).
Não se entra, aqui, no mérito das críticas. Chama-se a atenção para a inconsequência de se mandar às favas a soberania nacional. E há até prevaricação já que se trata de um ato ilegal para estrangeiro em solo brasileiro organizar ou participar de reuniões (de qualquer natureza) com o objetivo de obter mediante constrangimento (de qualquer natureza) adesão a ideias, programas ou normas de facções políticas estrangeiras, não pode o estrangeiro, em território brasileiro, participar de atividade de natureza política nem se imiscuir - direta ou indiretamente - nos negócios públicos do país (Lei 6.815/1980 - art. 107).
Já seria grave a violação se se tratasse de um cidadão estrangeiro comum, pior quando se trata de um chefe de Estado estrangeiro.
E todo mundo acha bonito.
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Há 37 minutos
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