A Folha Online registra o uso da forma "presidenta" em diversas reportagens:
"a eleição da deputada Susana González como presidenta da corporação"
"a presidenta da Agrupação de Familiares de Presos Desaparecidos, Viviana Díaz"
"presidenta panamenha Mireya Moscoso"
"a presidenta Barbara Steffens"
"A presidenta Angela Merckel"
"Patricia Durrant, presidenta do conselho no mês de julho"
"Madikizela-Mandela, presidenta da Liga da Mulher do Congresso Nacional Africano"
"A presidenta do partido conservador oposicionista CDU (União Democrata-Cristã), Angela Merkel"
"Maria Salvador da Costa, presidenta da Federação Mineira de Judô"
Entre 2000 e 2010 são 195 matérias com a forma presidenta registrada - alguns usos são erros de digitação, na verdade se referem a homens. Infelizmente não é possível fazer a busca pela expressão: "a presidente" - o sistema de busca retorna resultados ignorando-se o artigo.
Então não me parece algo além de picuinha a reportagem:
"Petista é vendida como 'presidenta' em comícios e 'presidente' na TV" (28/ago/2010 - aqui, somente para assinantes) .
A repórter registra: "A alteração do gênero da palavra, que na ortografia não tem versão feminina, foi uma forma de reforçar o fato de Dilma ser mulher." - o que vimos acima tratar-se de uma mentira, a forma "presidenta" está registrada - aliás, isso é desmentido na própria reportagem mais ao fim: "Segundo especialistas ouvidos pela Folha, é correto usar tanto 'presidenta' quanto 'presidente'" - não teria, portanto, nenhuma justificativa jornalística a rigor. Tenta-se por este caminho: "mas a opção pela forma feminina é desnecessária e incomum". A rigor a forma: "a presidente" é uma forma feminina - e não seria nem um pouco desnecessária, não se poderia falar "o presidente" para se referir a uma mulher; mas, claro, está a se dizer "a presidenta". Como essa forma é correta, não tem problema em ser incomum. Quanto a ser desnecessária, a forma "a presidente" também é, já que pode ser substituída não apenas por "a presidenta" como por outros sinônimos: "mandatária", "chefe de estado", "chefe do executivo"... ou mesmo omitida em alguns contextos.
A mesma Folha havia já tratado do mesmo tema em abril.
Aliás, ouça o que o próprio Pasquale diz sobre o assunto na Rádio Globo.
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