O jornalista Juca Kfouri reclama (com razão) da crítica ranzinza dos anônimos e nem tão anônimos comentaristas - de internet e leitores de jornais. Mas sugere que o fato de ser criticado por todos os lados é sinal de que cumpre bem seu papel de imparcialidade e equilíbrio.
Não se contesta aqui o excelente trabalho de Kfouri. Apenas esse mito recorrente (ele não é o único a argumentar nessa linha) de que a grita geral sinaliza que se está apertando nos calos de todos equanimemente.
Ocorre que ele mesmo nota que muito disso - se não no todo - deve-se a um clima chamado de Fla-Flu. Visões extremistas opostas que não aceitam qualquer tipo de crítica sem enxergar nisso algum tipo de conspiração dos adversários. Então qualquer texto que não esteja nesses extremos opostos são alvo de saraivadas raivosas dos dois lados (ou de mais, quando os há), não importa se penda mais para um lado ou para outro.
No máximo, tal padrão de crítica generalizada indica que o criticado não faz parte de nenhuma panela mais extremada. E não muito mais do que isso. Pela própria baixa capacidade de matização dos críticos não é possível usar isso como sinal de adequamento equidistante entre as partes.
Oras, Kfouri é assumidamente esquerdista. Apenas não é bolchevique ou versão despirocada da esquerda revolucionária armada como as defendidas por grupos como o PCO ou PSTU. Receber crítica destes não indica que esteja afastado da esquerda.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
Desagradar a gregos e troianos = imparcialidade. Será?
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2 comentários:
O fato dele ter uma simpatia política não significa que ele não possa ser imparcial na atuação profissional dele. Existem outros indicativos melhores para a imparcialidade ou não do seu trabalho, mas desagradar torcedores fanáticos dos dois lados também é um indicativo.
Salve, André,
Não estou dizendo que Kfouri não é imparcial. Apenas que a imparcialidade não é indicada por ser atacado por fanáticos dos dois extremos.
Valeu pela visita e comentário.
[]s,
Roberto Takata
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