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Pescador: "Cuidado ao imbarcá. Coloque os pé bem firmes no fundo do barco e afastados um do outro pra se equilibrá. Isso..."
Turista: "Uf, pronto. Obrigado. Como é seu nome mesmo?"
Pescador: "Meu nome é João Carlos, mas o sinhô pode me chamá de Joca. E qual a sua graça?"
Turista: "Sou doutor Charles Yaitanes."
Joca: "Ah, dotô Charles, que nem meu fio, ele fez dotorado em Química na federal..."
Yaitanes: "Na verdade, não fiz doutorado, sou médico homeopata."
Joca: "Ah, nem sabia qui tinha médico especialista nas omoplatas..."
Y: "Não, não. Eu faço homeopatia."
J: "Qui trocésse?"
Y: "É a cura pelos semelhantes."
J: "Não aenterdi.."
Y: "Assim, se a pessoa tem um problema, usamos uma coisa que causa esse problema para curar o problema."
J: "Como assim?"
Y: "Por exemplo, se a pessoa tem pressão alta..."
J: "Ah, eu tenho isso aê, dotô. O médico do posto disse qui é pra eu evitá o sar."
Y: "Isso. Mas pra tratar a pressão alta, usamos o natrum muriaticum."
J: "Qui trocésse?"
Y: "É o cloreto de sódio..."
J: "Mas, pelo que em alembro do que meu fio mi falô, isso é sar di cuzinha, num é?"
Y: "Sim."
J: "Mas o sar não faz mar?"
Y: "Sim, mas esse é o princípio da cura pelos semelhantes."
J: "Intão é só eu comê sar pra melhorá minha pressão?"
Y: "Não, não. Você tem que tomar o natrum muriaticum..."
J: "Que é o sar..."
Y: "Não."
J: "Mas o dotô cabô de dizê qui..."
Y: "Não, é o sal, mas não o é sal. Ele é dissolvido em água."
J: "Ah, aí ele fica bem fraquinho, né?"
Y: "Não, ele fica mais forte!"
J: "Cuméquié?"
Y: "Com a diluição na água, o efeito curativo do natrum muriaticum fica mais forte."
J: "Então é só eu botá um cadim de sar no copo di água i..."
Y: "Não. É preciso fazer várias diluições. Primeiro coloca-se 60 g de sal em um litro de água pura. Aí pega-se 100 ml dessa solução e se dilui em 900 ml de água pura. Pega-se 100 ml dessa nova solução e dilui-se em 900 ml de água pura."
J: "E quantas vez isso, dotô?"
Y: "Depende. Pode ser 30, 100 vezes. Quanto pior a doença, mais forte tem que ser o medicamento."
J: "Mas cum tanta diluição assim, a gente num fica só com água pura?"
Y: "Sim. Mas a água tem memória, ela guarda a informação da molécula original que foi diluída nela."
J: "Intão a água aqui do lago tem memória dos peixes qui nadam nela?"
Y: "Não. A memória se forma com o processo especial de diluição e dinamização que usamos."
J: "Dinamização?"
Y: "Isso. Quando fazemos a diluição, sacudimos o frasco em que ela é realizada, batemos vigorosamente contra uma tira de couro de cavalo; isso ativa a energia vital da molécula e cria a memória da água."
Turista: "Uf, pronto. Obrigado. Como é seu nome mesmo?"
Pescador: "Meu nome é João Carlos, mas o sinhô pode me chamá de Joca. E qual a sua graça?"
Turista: "Sou doutor Charles Yaitanes."
Joca: "Ah, dotô Charles, que nem meu fio, ele fez dotorado em Química na federal..."
Yaitanes: "Na verdade, não fiz doutorado, sou médico homeopata."
Joca: "Ah, nem sabia qui tinha médico especialista nas omoplatas..."
Y: "Não, não. Eu faço homeopatia."
J: "Qui trocésse?"
Y: "É a cura pelos semelhantes."
J: "Não aenterdi.."
Y: "Assim, se a pessoa tem um problema, usamos uma coisa que causa esse problema para curar o problema."
J: "Como assim?"
Y: "Por exemplo, se a pessoa tem pressão alta..."
J: "Ah, eu tenho isso aê, dotô. O médico do posto disse qui é pra eu evitá o sar."
Y: "Isso. Mas pra tratar a pressão alta, usamos o natrum muriaticum."
J: "Qui trocésse?"
Y: "É o cloreto de sódio..."
J: "Mas, pelo que em alembro do que meu fio mi falô, isso é sar di cuzinha, num é?"
Y: "Sim."
J: "Mas o sar não faz mar?"
Y: "Sim, mas esse é o princípio da cura pelos semelhantes."
J: "Intão é só eu comê sar pra melhorá minha pressão?"
Y: "Não, não. Você tem que tomar o natrum muriaticum..."
J: "Que é o sar..."
Y: "Não."
J: "Mas o dotô cabô de dizê qui..."
Y: "Não, é o sal, mas não o é sal. Ele é dissolvido em água."
J: "Ah, aí ele fica bem fraquinho, né?"
Y: "Não, ele fica mais forte!"
J: "Cuméquié?"
Y: "Com a diluição na água, o efeito curativo do natrum muriaticum fica mais forte."
J: "Então é só eu botá um cadim de sar no copo di água i..."
Y: "Não. É preciso fazer várias diluições. Primeiro coloca-se 60 g de sal em um litro de água pura. Aí pega-se 100 ml dessa solução e se dilui em 900 ml de água pura. Pega-se 100 ml dessa nova solução e dilui-se em 900 ml de água pura."
J: "E quantas vez isso, dotô?"
Y: "Depende. Pode ser 30, 100 vezes. Quanto pior a doença, mais forte tem que ser o medicamento."
J: "Mas cum tanta diluição assim, a gente num fica só com água pura?"
Y: "Sim. Mas a água tem memória, ela guarda a informação da molécula original que foi diluída nela."
J: "Intão a água aqui do lago tem memória dos peixes qui nadam nela?"
Y: "Não. A memória se forma com o processo especial de diluição e dinamização que usamos."
J: "Dinamização?"
Y: "Isso. Quando fazemos a diluição, sacudimos o frasco em que ela é realizada, batemos vigorosamente contra uma tira de couro de cavalo; isso ativa a energia vital da molécula e cria a memória da água."
O pescador ficou calado o resto da pescaria. Apenas ligeiras instruções sobre como colocar a isca no anzol e lançá-la aos peixes. Em várias ocasiões pensou em contar a vez em que pescara uma piapara de 2 metros. Mas a vergonha o vencia. Não tinha causo que pudesse bater esse que o médico lhe contara.
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