(Capítulo 1 aqui.) (Capítulo 4 aqui.)
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O
professor da USP arrancava gargalhadas da plateia.
Todos os presentes em uníssono: "Uma estufa."
"Cês tão colando, hein?"
Risos.
"Muito
bem, é uma estufa. Vocês estão afiados. Podem ser alunos da USP.
Depois desta palestra podem passar lá na secretaria de graduação
do instituto pedir o diploma."
E começou uma coreografia ondulando sua mão esquerda na horizontal, depois a mão direta.
O público ria.
"Agora veja isto aqui." Era o famoso gráfico de taco de hóquei.
"Nada a ver com aquele outro, né? Esse gráfico aqui é o que os alarmistas dizem que representa a temperatura da Terra. Se for um gráfico verdadeiro, é de um forno, não de uma estufa. Os aquecimentistas devem botar a plantinha que eles têm na casa deles, um vasinho de petúnias, botar no forno e aí coçam a cabeça: ué, minha flor morreu queimada. Eles não sabem a diferença entre um forno e uma estufa."
Gargalhadas e aplausos.
"Mas além de tentarem assar um frango na estufa, os alarmistas mentem. Vejam isto." O gráfico anterior do taco de hóquei se expandia temporalmente, apresentando a oscilação registrada da temperatura até cerca de 30 mil anos atrás.
"É o real gráfico da temperatura da Terra desde o último máximo glacial. Vejam como a variação da temperatura é muito maior do que nesta pontinha aqui onde estamos. Ou seja, não tem aquecimento nenhum."
"O que foi, meu bem? Não está gostando da palestra do professor Ricardo Rizzo?"
"Não,
não é isso, George. Estou só pensando a respeito das coisas."
Sentiu um calafrio. Era o ar-condicionado a toda. O salão parecia uma geladeira, deixando a todos os presentes confortavelmente protegidos do inferno lá fora: um veranico que durava já toda a primeira metade do inverno, 40oC a sombra.
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(Capítulo 6.)
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